O Novo Banco registou prejuízos de 1329,3 milhões de euros em 2020, um agravamento face aos 1.058,8 registados em 2019, foi divulgado esta sexta-feira..Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição presidida por António Ramalho realçou "um impacto negativo de 300,2 milhões de euros resultado de avaliações independentes aos fundos de reestruturação"..O Novo Banco constituiu ainda "1191,5 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito)"..Das imparidades e provisões, 268,8 milhões dizem respeito a imparidades para fazer face à pandemia de covid-19 e "123,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação"..Para fazer face aos prejuízos reportados, o Novo Banco vai pedir mais 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (MCC)..De acordo com o comunicado da apresentação de resultados esta sexta-feira divulgada, "em resultado das perdas dos ativos protegidos pelo CCA [MCC] e das exigências regulatórias de capital, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 598,3 milhões de euros", superior ao previsto na proposta de Orçamento do Estado..Assim, "o valor total das compensações solicitadas entre 2017 e 2019 e a solicitar relativamente a 2020 totalizam 3,57 mil milhões de euros", sendo que o teto de transferências do acordo é de 3,89 mil milhões de euros..A transferência de 476 milhões de euros prevista na proposta de Orçamento do Estado para o Fundo de Resolução, destinada a financiar o Novo Banco, acabou por ser chumbada no parlamento, mas o Governo já indicou que irá cumprir o contrato estabelecido aquando da venda da instituição financeira à Lone Star..Nos resultados semestrais de 2020, o Novo Banco tinha estimado que o valor a pedir ao Fundo de Resolução relativo àquele período (em que registou prejuízos de 555 milhões de euros), seria de 176 milhões de euros..Na venda, o Fundo de Resolução comprometeu-se a, até 2026, cobrir perdas com ativos 'tóxicos' com que o Novo Banco ficou do BES até 3890 milhões de euros..Desde 2017, o Fundo de Resolução já meteu 2976 milhões de euros no banco, dos quais 2.130 milhões vindos de empréstimos do Tesouro (como o fundo não tem dinheiro suficiente, todos os anos pede dinheiro ao Estado, que devolverá em 30 anos)..No total, até ao momento, os custos do Fundo de Resolução com o Novo Banco já totalizam 7876 milhões de euros (4900 milhões de euros da capitalização inicial, em 2014, e 2976 milhões ao abrigo do mecanismo contingente desde 2017) e mais encargos se poderão somar quer para o fundo quer diretamente para o Estado, muitos dos quais impossíveis de quantificar (indemnizações por processos em tribunal, pagamentos a credores do BES, garantias a lesados, entre outros)..O Novo Banco fechou o ano de 2020 com menos 287 trabalhadores e 28 agências que em 2019, de acordo com números esta sexta-feira divulgados na apresentação de resultados da instituição..No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) referente aos prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, o banco informa que terminou o ano com 4.582 trabalhadores, menos 287 que os 4.869 de 2019..A redução tem em conta "o efeito da transferência de Espanha para operações descontinuadas"..Já quanto a agências, a instituição presidida por António Ramalho fechou o ano passado com 359 balcões (358 em Portugal), menos 28 que os 387 com que tinha terminado o ano de 2019.."Os custos com pessoal totalizaram 245,6 milhões de euros (-0,3% em termos homólogos). A redução desde 2016 (-19,1%) resulta da recalibração continua do modelo de negócio em prol do incremento da eficiência", pode ler-se no comunicado do banco..Já os "gastos gerais administrativos diminuíram 5,4% face a 2019, totalizando 153,2 milhões de euros".."Esta redução reflete os impactos da política de racionalização e otimização em curso, que permitiu reduzir em 33,8% o valor destes gastos nos últimos cinco anos", de acordo com o banco liderado por António Ramalho.