A proposta do Governo chega com 8 meses de atraso face ao que estava negociado com os parceiros de esquerda para a valorização das muito longas carreiras contributivas. De acordo com a proposta de diploma enviada aos parceiros sociais, o Executivo pretende alargar o fim das penalizações dos pensionistas "aos trabalhadores com 60 anos de idade e 46 anos de carreira que tenham iniciado a sua carreira contributiva aos 16 anos de idade ou inferior", quando até agora é aos 14 anos. O diploma tem efeitos a 1 de outubro de 2018..O Primeiro-Ministro já tinha dado indicação, numa entrevista ao Expresso, da intenção de avançar em outubro com a prometida valorização das pensões das muito longas carreiras contributivas e dos trabalhadores que iniciaram carreira contributiva em idade muito jovem..Em 2017 foi traçado um plano dividido em três fases, sendo que até agora só a primeira foi concretizada em outubro do ano passado, com o fim das penalizações pelo fator de sustentabilidade e por antecipação para quem tem 48 ou mais anos de descontos e pelo menos 60 anos de idade e para quem começou a descontar aos 14 anos e com uma carreira contributiva de 46 anos. A terceira fase está prevista entrar em vigor em janeiro de 2019 com o fim do fator de sustentabilidade para reformas antecipadas de quem tem 60 anos e pelo menos 40 de desconto..UGT quer aplicação retroativa .O texto do diploma aprovado em Conselho de Ministros foi enviado para todos os parceiros sociais com assento na Concertação Social para recolher comentários. No parecer enviado ao Governo, a União Geral dos Trabalhadores sublinha que apesar de considerar a alteração "positiva", acrescenta que diploma constitui um mero paliativo, na medida em que a solução apenas vai abranger um número marginal de novos beneficiários", não resolvendo a questão de fundo de uma revisão integrada de todo o regime de reformas antecipadas..A Central Sindical exige que o Governo faça uma aplicação retroativa do diploma a outubro do ano passado. "Neste caso concreto, em que se verificam alterações às condições de acesso num tão breve espaço de tempo, não poderá o Governo furtar-se à aplicação retroativa do presente diploma, o qual deverá produzir efeitos - no mínimo - a outubro do ano passado", defende no comunicado enviado às redações..A UGT lamenta ainda não ter sido ouvida durante o processo, lembrando que no passado dia 24 de julho houve reunião da Comissão Permanente da Concertação Social, não tendo o tema sido discutido. A UGT "considera inaceitável que se continuem a repetir os erros do passado, mantendo as discussões interrompidas durante um ano, não obstante as interpelações realizadas, nomeadamente pela UGT, para depois, e novamente de forma inesperada durante o mês de agosto, se vir operar mais uma alteração pontual ao regime", lê-se no comunicado..Leia mais em Dinheiro Vivo a sua marca de economia