Novas regras para a comunicação social britânica
As negociações que se prolongaram durante meses pretendem definir um novo sistema de regulação da comunicação social, perante as conclusões divulgadas no final de 2012 pela designada comissão Leveson, constituída no seguimento do escândalo das escutas telefónicas no jornal 'News of the World'.
Esta tabloide é suspeito de ter feito escutas a centenas de pessoas para alimentar a sua máquina de novidades noticiosas, assunto que suscitou a indignação da opinião pública no Reino Unido e provocou um forte debate sobre as práticas da imprensa.
Submerso pelo escândalo, o jornal pertencente a Rupert Murdoch, fechou em julho de 2011.
Os partidos no poder - o conservador e o liberal-democrata - e a oposição trabalhista trabalharam um novo texto, depois de se terem deparado com uma rejeição categórica pela imprensa do primeiro projeto.
O novo texto, apresentado hoje e redigido sem a participação dos jornais, continua a prever a criação de um sistema independente de regulação consagrado na lei, mas introduz custos a suportar pelas pessoas ou organizações que coloquem ações contra os meios de comunicação. Prevê também uma multa máxima de um milhão de libras (1,2 milhões de euros) para os jornais.
A comunicação social é autorregulada. Os jornais desejam um sistema de regulação independente, mas nunca enquadrado pela lei e as primeiras reações hoje ao texto foram sido negativas.
"Não podemos esperar que alguém aceite qualquer coisa criada pela classe política", reagiu na BBC o diretor executivo da Sociedade dos Editores, Bob Satchwell.
"As diferenças (entre o que quer o setor da comunicação social e o que quer a classe política) são agora muito pequenas, mas muito importantes", acrescentou, dizendo que o risco era "a introdução pelos políticos de um sistema draconiano de regulação dos jornais".
De forma insistente, acrescentou: "Não podemos ter uma imprensa meia livre. Ou é livre ou não é."