Nobre Guedes dá a mão a Portas
"Na quinta-feira fiquei sem discurso. Tinha um, ficou sem sentido, pela convicção certa de que as legislativas antecipadas são um facto irreversível. Se é em Abril, Maio ou Outubro é indiferente. Aí, todos estão em campanha já." Foi assim que Nobre Guedes começou o seu discurso ao congresso do CDS. E este acabou com um abraço a Paulo Portas, selando a paz antes da campanha.
Nobre Guedes, que até mesmo à porta do pavilhão tinha voltado a apelar a um acordo sobre o PEC, que permitisse a Sócrates levar o PEC a Bruxelas calou qualquer crítica. Falou numa lição de militância, e optou por deixar apenas três "sugestões".
A primeira, que o CDS dê prioridade à reforma da justiça e à luta contra o clientelismo. Depois, um "repto": "que o partido apresente 50 medidas prioritárias, para condicionar o próximo Executivo - "porque o CDS tem que pensar no seu governo,porque se fala demais no PSD, nos dramas do PSD, nas dúvidas do PSD." Os aplausos vieram de imediato.
Por fim, a necessidade de não perder contacto com o PS: "Temos uma vocação centrista, de falar com tudo e com todos, tendo a autonomia de a cada circunstância fazer os entendimentos que são os melhores para o país", disse Nobre Guedes, para concluir: "A partir das próximas eleições têm que haver entendimentos entre os 3 principais partidos, porque não se podem repetir governos minoritários. Sem ter nisso complexos de qualquer tipo".