No tempo em que se gravavam cassetes

Sing Street, John Carney
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O arranque é perfeito: um rapaz forma uma banda com o único objetivo de conquistar uma rapariga. Pode-se mesmo imaginar três ou quatro tiras de banda desenhada para ilustrar a ideia. É a fórmula boy meets girl na mais cândida das expressões, a lançar os dados para um filme que, além da simplicidade da história de quadradinhos, se constitui como termómetro social de uma época - 1985 - em Dublin.

O irlandês John Carney (Num Outro Tom), com experiência cinematográfica da matéria musical, faz desta a senha de esperança para as suas personagens, agindo em Sing Street sobre o quadro específico da juventude irlandesa, imersa na cultura do teledisco.

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O cenário de crise económica e migração para Londres a que se assiste, vem combinar com a definição da identidade do protagonista, Cosmo (grande estreia de Ferdia Walsh-Peelo), movido pelo amor e pelo sonho na aventura do futuro - chamando até "futurista" à música que deseja fazer. E assim, Sing Street, ainda que não sustenha com máximo vigor a originalidade e cores garridas dos primeiros momentos, é um belo filme, concretizado na sua filosofia.

Classificação: ***

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