Niki Lauda: "Rosberg fez-nos parecer estúpidos"
Dois dias depois de Nico Rosberg anunciar a sua retirada da Fórmula 1, logo após se sagrar campeão mundial pela primeira vez, surgem as primeiras críticas internas à surpreendente atitude do piloto alemão, que deixou incrédulos os responsáveis da equipa.
As palavras de Niki Lauda, diretor da Mercedes, não foram nada simpáticas para com a inesperada atitude de Rosberg. "Demos-lhe um carro fantástico, a oportunidade de ser campeão do mundo e ele agora decide reformar-se. Isso criou um grande buraco na equipa e fez-nos parecer estúpidos", afirmou o dirigente austríaco, que gostaria de ter sido avisado a tempo de preparar uma alternativa.
"O que mais me incomoda é que o Nico disse que teria continuado caso não se tivesse sagrado campeão. No mínimo, deveria ter-nos avisado disso no momento em que assinou o contrato, pois assim poderíamos ter preparado um "plano B" para essa eventualidade", considerou Lauda.
A prioridade, agora, passa pela substituição do piloto alemão, que o responsável da equipa quer ver resolvida de forma expedita. Candidatos não faltam, como o próprio Lauda confirmou publicamente, embora dois dos nomes mais falados, os de Alonso e Vettel, estejam praticamente descartados.
O diretor executivo da Mercedes, Toto Wolff, disse à Gazzetta dello Sport não ter intenção de "interferir com os assuntos internos da Ferrari" para contratar Vettel. "Nem sei se ele tem intenções de se juntar a nós", acrescentou.
O próprio Vettel decidiu colocar-se à margem dessa possibilidade, garantindo que está interessado em cumprir até ao fim o seu contrato com a equipa italiana. "Toda a gente sabe que tenho contrato para o próximo ano. Não sei qual é o plano da Mercedes, mas o nosso é preparar o próximo ano", atirou o piloto alemão.
O espanhol Alonso, da McLaren, também parece ser uma hipótese remota. "O que é que a Ferrari e a McLaren iam fazer sem Vettel e Alonso? Ou a Williams sem Valtteri Bottas? Essa é a opção que eu menos gosto", disse Wolff.
Neste momento, a Mercedes tem de decidir qual será a sua abordagem ao mercado. A primeira hipótese, explica Wollf, é contratar um piloto menos reputado e definir claramente uma hierarquia na equipa. "Um pouco como a Ferrari fez com Schumacher e Felipe Massa", exmplificou.
Outra solução passa pela promoção dos jovens Pascal Wehrlein and Esteban Ocon. Caso não seja essa a vertente escolhida, só restará à Mercedes uma possibilidade: "Atacar o mercado e contratar outro corredor de topo".