Naufrágio de ferry causou 72 mortos
As autoridades birmanesas suspenderam esta quinta-feira as operações de busca para sobreviventes de um 'ferry-boat' que naufragou no passado fim-de-semana no rio Chindwin, fixando assim em 72 o balanço oficial de vítimas mortais.
"Trouxemos o ferry à superfície esta manhã. Recuperámos um total de 72 corpos", dos quais apenas cerca de quarenta foram identificados, declarou à agência France Presse o responsável das operações de socorro, Sa Willy Frient.
Entre as vítimas, a maioria das quais encurraladas no 'ferry' que estava sobrelotado, cerca de cinquenta eram mulheres, especificou o mesmo responsável.
No momento do naufrágio, 154 pessoas foram socorridas. O 'ferry' deveria transportar um máximo de 150 passageiros, mas de acordo com estimativas dos socorristas, deveriam estar mais de 250 passageiros a bordo.
O barco, que se afundou no rio Chindwin, fazia a ligação entre Homalin e Monywa, perto de Mandalay, uma das maiores cidades birmanesas, no centro do país.
A bordo seguiam muitos estudantes, professores e trabalhadores, de regresso a casa para celebrar o festival do Thadingyut, durante o qual os fiéis de todo o país acendem lanternas de papel para celebrar a subida de Buda dos céus.
Quatro membros da tripulação foram detidos na sequência do desastre. As autoridades continuam à procura de um outro membro da tripulação e do proprietário do barco.
Os naufrágios são frequentes na Birmânia. Muitas pessoas vivem perto de vias fluviais importantes e dependem de navios em más condições e muitas vezes sobrelotados.
As infraestruturas de transporte da Birmânia, tanto terrestres como fluviais, foram deixadas em ruína pela junta militar, no poder entre 1962 e 2011.
Desde há poucos meses a Birmânia tem um governo civil, liderado pela Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.