"Não vai haver convulsão social"

Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, diz ao DN que caso Lula animou outra vez o PT e radicalizou o discurso do partido e do próprio ex-presidente do Brasil.
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Que impacto terá a prazo o episódio da condução coercitiva de Lula da Silva na política brasileira?

A condução coercitiva do Lula da Silva faz parte de uma tríade de acontecimentos: a prisão do "marqueteiro" do Partido dos Trabalhadores e conselheiro da presidente Dilma Rousseff, o João Santana, o depoimento do senador Delcídio do Amaral, que implica diretamente Lula e Dilma na Lava-Jato, e a tal condução coercitiva. Como a cúpula do Congresso Nacional [os líderes da Câmara Eduardo Cunha e do Senado Renan Calheiros] já estava envolvida no caso, registamos uma mudança de patamar na crise política. E isso reflete-se na economia, nas pessoas.

E na ruas?

O caso do Lula animou novamente o PT, radicalizou o discurso do partido e dele próprio e isso, como consequência, acirrou ainda mais a oposição radical. Vamos ter mais gente nas ruas de um lado e do outro.

Mas sendo a democracia brasileira ainda jovem pode temer-se mais do que manifestações?

Não, ao contrário do que defendem alguns analistas, não vai haver nenhuma convulsão social. Haverá excessos localizados dos mais radicais mas de maneira nenhuma a ponto de se temer pela democracia. A democracia brasileira, apesar de jovem, já provou ser sólida e as instituições funcionam.

Em São Paulo

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