"Não vai haver convulsão social"
Que impacto terá a prazo o episódio da condução coercitiva de Lula da Silva na política brasileira?
A condução coercitiva do Lula da Silva faz parte de uma tríade de acontecimentos: a prisão do "marqueteiro" do Partido dos Trabalhadores e conselheiro da presidente Dilma Rousseff, o João Santana, o depoimento do senador Delcídio do Amaral, que implica diretamente Lula e Dilma na Lava-Jato, e a tal condução coercitiva. Como a cúpula do Congresso Nacional [os líderes da Câmara Eduardo Cunha e do Senado Renan Calheiros] já estava envolvida no caso, registamos uma mudança de patamar na crise política. E isso reflete-se na economia, nas pessoas.
E na ruas?
O caso do Lula animou novamente o PT, radicalizou o discurso do partido e dele próprio e isso, como consequência, acirrou ainda mais a oposição radical. Vamos ter mais gente nas ruas de um lado e do outro.
Mas sendo a democracia brasileira ainda jovem pode temer-se mais do que manifestações?
Não, ao contrário do que defendem alguns analistas, não vai haver nenhuma convulsão social. Haverá excessos localizados dos mais radicais mas de maneira nenhuma a ponto de se temer pela democracia. A democracia brasileira, apesar de jovem, já provou ser sólida e as instituições funcionam.
Em São Paulo