Há cinco anos, quando o saxofonista e compositor fez 60 anos, teve direito a uma fatia da programação. A "figura algo mítica", nas palavras do programador Rui Neves, tem agora dedicada a totalidade do Jazz em Agosto..Nada mais apropriado para um concerto inaugural do que uma formação inédita. Para a noite do maior eclipse lunar do século estava prevista a companhia de Thurston Moore (guitarra) e do baterista Milford Graves, mas problemas de saúde impediram a vinda deste último. Em substituição vão estar em palco Tomas Fujiwara (bateria), Mary Halvorson e Matt Hollenberg (guitarra elétrica), Drew Gress e Greg Cohen (contrabaixo)..No sábado, Zorn apresenta uma sessão dupla, com o Mary Halvorson Quartet (supra referidos) e com os Masada (além de Zorn e do referido Cohen, pontificam Dave Douglas no trompete e Joey Baron na bateria). Na ementa está o volume 32 do Book of Angels (série de composições de Zorn) e todo o universo sonoro judaico..Os dois primeiros concertos do Jazz em Agosto estão esgotados..O nova-iorquino que o Jazz em Agosto considera "uma das figuras mais intrigantes, inspiradoras e inspiradas" atua uma última vez no domingo. No grande auditório da Gulbenkian, Zorn vai tocar órgão de tubos. Desta feita apresenta The Hermetic Organ numa versão a dois, com a japonesa Ikue Mori. Como curiosidade, ambos já se apresentaram em Lisboa com Mike Patton (Faith No More), em 1996, na Voz do Operário..O domingo zorniano tem mais dois momentos. Às 18.00 é projetado o filme John Zorn (2016-2018), de Mathieu Amalric. O ator e realizador estará presente..Depois, no mesmo espaço, às 19.30, dá-se a estreia em terras europeias de Jumalattaret, composição inspirada no épico finlandês Kalevala, e dada vida por Barbara Hannigan (soprano) e Stephen Gosling (piano)..Até domingo 5 de agosto, contam-se 18 concertos e cinco filmes a gravitar na estrela John Zorn. Uma proposta essencial para quem queira descobrir ou aprofundar o universo zorniano.