Na noite de eclipse brilha a estrela Zorn

Começa nesta sexta-feira com John Zorn e termina a 5 de agosto com John Zorn. Pelo meio há John Zorn. A 35.ª edição do Jazz em Agosto é monotemática mas não monótona, espera-se, com uma homenagem em forma de festival ao músico e compositor que inovou o <em>jazz</em>.
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Há cinco anos, quando o saxofonista e compositor fez 60 anos, teve direito a uma fatia da programação. A "figura algo mítica", nas palavras do programador Rui Neves, tem agora dedicada a totalidade do Jazz em Agosto.

Nada mais apropriado para um concerto inaugural do que uma formação inédita. Para a noite do maior eclipse lunar do século estava prevista a companhia de Thurston Moore (guitarra) e do baterista Milford Graves, mas problemas de saúde impediram a vinda deste último. Em substituição vão estar em palco Tomas Fujiwara (bateria), Mary Halvorson e Matt Hollenberg (guitarra elétrica), Drew Gress e Greg Cohen (contrabaixo).

No sábado, Zorn apresenta uma sessão dupla, com o Mary Halvorson Quartet (supra referidos) e com os Masada (além de Zorn e do referido Cohen, pontificam Dave Douglas no trompete e Joey Baron na bateria). Na ementa está o volume 32 do Book of Angels (série de composições de Zorn) e todo o universo sonoro judaico.

Os dois primeiros concertos do Jazz em Agosto estão esgotados.

O nova-iorquino que o Jazz em Agosto considera "uma das figuras mais intrigantes, inspiradoras e inspiradas" atua uma última vez no domingo. No grande auditório da Gulbenkian, Zorn vai tocar órgão de tubos. Desta feita apresenta The Hermetic Organ numa versão a dois, com a japonesa Ikue Mori. Como curiosidade, ambos já se apresentaram em Lisboa com Mike Patton (Faith No More), em 1996, na Voz do Operário.

O domingo zorniano tem mais dois momentos. Às 18.00 é projetado o filme John Zorn (2016-2018), de Mathieu Amalric. O ator e realizador estará presente.

Depois, no mesmo espaço, às 19.30, dá-se a estreia em terras europeias de Jumalattaret, composição inspirada no épico finlandês Kalevala, e dada vida por Barbara Hannigan (soprano) e Stephen Gosling (piano).

Até domingo 5 de agosto, contam-se 18 concertos e cinco filmes a gravitar na estrela John Zorn. Uma proposta essencial para quem queira descobrir ou aprofundar o universo zorniano.

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