Na luta por Kherson, Ucrânia ataca ponte nas mãos dos russos

Kiev retoma operações nos portos para exportar cereais. Parlamento aprova novo procurador-geral
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As forças ucranianas bombardearam ontem uma ponte em território controlado por Moscovo na tentativa de bloquear uma importante rota de abastecimento para as forças russas, em mais um avanço na tentativa de recuperar o controlo da região de Kherson. Entretanto, a marinha ucraniana anunciou ter retomado as operações nos portos de Odessa, Chernomorsk e Pivdennyi, dando mais um passo para o restabelecimento das exportações de cereais ao abrigo do acordo assinado com os russos em Istambul, sob a égide das Nações Unidas.

Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, os ataques à ponte de Anonivskiy, no rio Dnipro, criaram um "dilema impossível" para a Rússia ao ameaçar cortar a rota de abastecimento: "Recuar ou ser aniquilada pelo Exército ucraniano". Mas a administração instalada por Moscovo procurou retirar importância ao ataque, confirmando que o tráfego foi interrompido, mas alegando que os danos não vão afetar "de forma alguma" o resultado das hostilidades.

Kiev tem vindo a recuperar território na região de Kherson, que foi uma das primeiras a cair às mãos dos russos. Enquanto isso, estes continuam a tentar avançar na região de Donetsk, com um bombardeamento a um hotel em Bakhmut a causar pelo menos dois mortos e cinco feridos. Mas segundo os serviços de informações ocidentais, a Rússia perdeu "definitivamente" a iniciativa pelo controlo da região e não a deverá conquistar "num futuro imediato". Isso não significa contudo que vá desistir.

Em relação aos cereais, Kiev espera começar ainda esta semana a exportação dos cerca de 25 milhões de toneladas que ficaram bloqueados na Ucrânia por causa da guerra. Ao abrigo do acordo assinado na semana passada, um centro de coordenação que inclui representantes ucranianos e russos abriu ontem em Istambul. O seu objetivo é monitorizar a passagem dos navios ao longo das rotas preestabelecidas e proceder à inspeção dos navios para garantir que não transportam armas.

O Parlamento ucraniano aprovou entretanto a nomeação do advogado e deputado Andriy Kostin para procuraxdor-geral, mais de uma semana depois de o presidente Volodymyr Zelensky ter demitido Irina Venediktova do cargo. O chefe de Estado disse esperar que Kostin ajude a alcançar "uma punição justa para todos os criminosos de guerra russos"

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