A mulher do narcotraficante mexicano `El Chapo´ Guzman, líder do cartel de Sinaloa detido nos Estados Unidos, foi também detida na segunda-feira pelas autoridades norte-americanas num aeroporto no Estado da Virgínia, anunciou o Departamento de Justiça..Emma Coronel Aispuro, de 31 anos, que detém dupla nacionalidade norte-americana e mexicana, foi detida no aeroporto internacional Dulles e deverá comparecer já esta terça-feira perante um juiz federal, enfrentando acusações relacionadas com narcotráfico..Entre as acusações incluem-se conspiração para distribuir cocaína, metanfetaminas e marijuana nos Estados Unidos, mas também de participar ativamente na fuga de Guzman de uma prisão mexicana em 2015 e de planear um segundo resgate do marido, até que este foi extraditado, em janeiro de 2017, a pedido das autoridades norte-americanas..Guzman foi julgado e condenado em 2019 nos Estados Unidos e encontra-se a cumprir pena de prisão perpétua..De acordo com os procuradores norte-americanos, Emma Coronel Aispuro foi um dos cérebros da célebre fuga de 2015, que envolveu a construção de um túnel iluminado de 1,6 quilómetros, no qual foi instalada uma motorizada sobre carris, até ao chuveiro da cela de Guzman..Para fazer a escavação e preparar a fuga, foi comprado um terreno próximo da prisão, além de um carro blindado..El Chapo: das fugas cinematográficas à prisão.Dentro da prisão, Guzman foi ainda munido de um relógio GPS que permitiu aos seus comparsas no exterior saber exatamente a sua posição dentro do recinto prisional, de forma a que o túnel ficasse o mais próximo possível do evadido..Uma testemunha, a colaborar com as autoridades norte-americanas, foi, juntamente com a mulher e os filhos do barão da droga mexicano, outro dos planeadores da fuga da cadeia de Altiplano, numa altura em que se preparava a extradição para os Estados Unidos..Ao longo do seu reinado de 25 anos, o cartel de Sinaloa controlou a introdução de droga mexicana nos Estados Unidos, de acordo com a acusação das autoridades norte-americanas..Destacou-se também pela brutalidade do seu "exército de sicários", mercenários com ordens para raptar, torturar e matar quem quer que enfrentasse o cartel.