MP não pode reabrir processo nem instaurar nova investigação

O Ministério Público fez hoje saber que as alegadas declarações do antigo árbitro Jacinto Paixão vindas a público no âmbito do "Apito Dourado" não são susceptíveis de instauração de novo processo, nem tão-pouco de abertura de nova investigação.
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"O processo foi arquivado por despacho judicial na fase de instrução, decisão que foi confirmada por acórdão do Tribunal da Relação do Porto. Nessa medida, e porque tal decisão transitou em julgado, não é possível instaurar um novo processo pelos mesmos factos", pode ler-se na resposta da Procuradora Adjunta Maria José Morgado, na sequência da questão colocada pela agência Lusa.

Em relação à possibilidade dos novos factos alegadamente relatados pelo antigo árbitro Jacinto Paixão numa gravação em vídeo darem origem, pela sua gravidade, à abertura de uma nova investigação, a resposta do MP foi negativa: "Tendo em conta as datas em que esses factos ocorreram, os mesmos encontrar-se-ão prescritos, pelo que não é possível abrir uma nova investigação".

Na alegada gravação em causa revelada no YouTube e em alguns órgãos de comunicação social, Jacinto Paixão refere, entre outras coisas, que o FC Porto lhe ofereceu o serviço de prostitutas e confessa que foi abordado pelo clube portista para influenciar alguns jogos, entre os quais o FC Porto-Académica, da época 2002/03, e o Benfica-Moreirense, de 2003/04.

Jacinto Paixão, que foi um dos arguidos do caso "Apito Dourado" e que, em 2004, terá gravado o vídeo alegadamente por "recear pela sua vida", referiu ainda que o FC Porto lhe "pagou uma viagem a Marrocos, através da agência Cosmos".

Em comunicado, o FC Porto acusou-o de mentir, quando diz que foi contactado pelo clube para influenciar resultados desportivos, e realça a incongruência de datas, uma vez Jacinto Paixão de apresenta como ex-árbitro na gravação alegadamente feita em 2004 e só abandonou a actividade em 2006.

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