"O Ministério Publico ordenou a dispensa de autópsias neste caso", disse Duarte Nuno Vieira à Lusa.. O responsável pelo INML disse que num caso como este, em que as falecidas não têm família direta, os corpos ficarão à guarda do Instituto Nacional de Medicina Legal até um período de 30 dias e caso ninguém os reclame, será comunicado à Câmara Municipal de Lisboa para proceder aos respetivos funerais.. Também o relatório de ocorrência da PSP, cujo conteúdo a Lusa teve acesso, sobre as duas irmãs idosas encontradas mortas na quarta-feira no seu apartamento na freguesia das Mercês, em Lisboa, refere que "não existem quaisquer indícios visíveis de crime".. Fonte da PSP disse que o conteúdo do relatório afasta a hipótese de crime, porque as "janelas e as portas que davam para o exterior estavam todas fechadas e trancadas por dentro" e estavam em casa cadernetas da Caixa Geral de Depósitos e algum dinheiro..As circunstâncias da morte das duas idosas, encontradas já em avançado estado de decomposição, são consideradas dramáticas, uma vez que os indícios aprontam para que a mais nova morreu devido à doença prolongada e deixou de prestar auxílio à irmã, que acabou por morrer também..De acordo com a versão policial, a mulher de 80 anos estava acamada e era a sua irmã, de 74 anos, portadora de doença cancerígena, que tomava conta dela..A mais nova acabou por morrer devido à doença prolongada, deixando a irmã mais nova sem qualquer assistência e que acabou por falecer também, tendo os corpos sido encontrados em avançado estado de decomposição.Com a dispensa de autópsia ficam por apurar as causas da morte da mulher acamada. .Se uma primeira versão admitisse que poderia ter morrido à fome e à sede, uma fonte ligada ao processo garantiu à Lusa que, apesar do seu avançado estado de decomposição, "não apresentava indícios de subnutrição", sendo colocada a hipótese de ter falecido de insuficiência cardíaca.