Motoristas. Rui Rio contra serviços mínimos para nova greve

Líder do PSD diz que não tem "lógica" marcar serviços mínimos para uma paralisação que é só ao trabalho extraordinário e nos fins de semanas e feriados.
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"Se trabalham as horas normais, qual é a lógica de marcar serviços mínimos", questionou o líder do PSD, falando com jornalistas, no Porto, após a entrega em tribunal da lista do PSD às legislativas por aquele círculo - lista na qual Rui Rio será o número 2, depois de Hugo Carvalho, presidente do Conselho Nacional de Juventude.

Para o líder social-democrata, se oito horas por dia não chegam para os motoristas cumprirem os seus serviços então "algo não está bem". "Alguma coisa está mal" quando os profissionais trabalham oito horas diárias e, mesmo assim, é preciso decretar serviços mínimos, insistiu.

No entender de Rio, o Governo, ao não conseguir mediar um acordo entre a Antram (motoristas) e o SNMMP (Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas), teve uma "grande derrota".

Segundo disse, quando alguém vai mediar uma situação "nunca é fácil e pode falhar". Só que neste caso o executivo de António Costa "merece que lhe apontem o dedo e se diga que falhou" porque em abril, aquando de uma reunião com entidades patronais e sindicatos, anunciou "grande vitória" e a resolução do problema.

Ora, sublinhou, se falou em "grande vitória" e, na verdade, nada resolveu, tem de assumir agora uma "grande derrota".

Rui Rio considerou que o país, através do novo pré-aviso de greve decretado pelo SNMMP, vai perceber "ainda melhor" em que condições estes profissionais trabalham.

"Nós vamos, penso eu, perceber ainda melhor através dessa greve as condições em que estes profissionais trabalham, porque estes profissionais vão trabalhar oito horas por dia e estão parcialmente em greve, estão em greve às horas extraordinárias", disse.

Se todos os profissionais trabalham oito horas por dia e o serviço não é feito na plenitude, o país percebe que estes trabalham em média 10,11,12,13 a 14 horas por dia, algo que é "inaceitável", vincou. "E ainda é menos aceitável para quem anda na estrada a conduzir, menos ainda para quem conduz carros pesados e menos ainda para quem conduz carros pesados carregados de gasolina."

Ou seja: vai ficar evidente que em nome da sua segurança e da dos cidadãos as suas condições de trabalho têm de mudar.

Questionado pelos jornalistas, Rio desvalorizou as críticas internas de estruturas do PSD ao processo de elaboração das listas de candidatos a deputados, dizendo que a sua função é a de "dialogar para fora e não para dentro" do partido.

"Eu não sou adversário dos militantes do PSD, o meu adversário é António Costa e é com ele que tenho de dialogar, não é para dentro é para fora."

Criticando o Governo do PS, disse que se assistiu nos últimos quatro anos a uma "brutal" degradação dos serviços públicos, algo que, para além do mais, coincidiu com um aumento da carga fiscal que teve valores "como nunca".

"É preciso pensar no que foi este Governo nos últimos quatro anos e no que fez. E este degradou os serviços públicos aos portugueses de uma forma brutal e, ao mesmo tempo, aumentou os impostos como nunca se aumentou em Portugal, a carga fiscal está como nunca esteve ao longo da história toda de Portugal", disse.

"Isto é sinónimo de péssima gestão porque com mais dinheiro fazem pior", insistiu.

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