O motorista de Mário Mendes, um militar da GNR na reforma, acusado pelo crime de "condução perigosa de veículo rodoviário", começou hoje a ser julgado nos Juízos Criminais de Lisboa, no Campus da Justiça, no Parque das Nações..Joaquim da Silva Fernandes, na altura motorista do ex-secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, disse em tribunal que não se lembra do que aconteceu na altura do acidente, recordando-se apenas de ter saído do Gabinete Coordenador de Segurança, na Rua Laura Alves, e de ter acordado no hospital..À saída da audiência, o advogado do arguido, José Pacheco, referiu aos jornalistas que não se trata de estratégia da defesa dizer que não se lembra do acidente, uma vez que o ex-militar da GNR teve um traumatismo craniano e ficou sem memória..A investigação do Ministério Público concluiu que o motorista foi o "único responsável pelo acidente" que, seguindo em "marcha assinalada de urgência, violou grosseiramente regras de circulação rodoviária, ignorando designadamente a obrigação de parar no sinal vermelho, pondo assim em perigo terceiros"..O acidente de viação envolveu uma viatura do Ministério da Administração Interna, na qual seguia o então secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, que ficou gravemente ferido, e outra que estava ao serviço do então presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que não seguia no veículo..O acidente ocorreu na Av. Liberdade, em Lisboa, no dia 27 Novembro de 2009..O advogado considerou "altamente improvável" que Mário Mendes tenha pedido ao motorista para ultrapassar o limite da velocidade, sublinhando que Joaquim da Silva Fernandes é condutor profissional há 28 anos..A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACAM-M), que se constituiu assistente no processo, convocou para depor Rogério Pinheiro, ex-diretor-geral de Viação, e João Dias, investigador do Instituto Superior Técnico, com larga experiência em reconstituição de acidentes. .Joaquim da Silva Fernandes é considerado o único culpado do acidente e vai responder por um crime de condução perigosa por alegadamente ter passado, sem abrandar, um sinal vermelho..A próxima sessão do julgamento está marcada para 6 de Dezembro.