Motorista de Mário Mendes não se lembra de nada

O motorista do carro do ex-secretário-geral do Sistema de Segurança Interna Mário Mendes, envolvido num acidente rodoviária em Novembro de 2009, afirmou hoje em tribunal que não se lembra do que aconteceu na altura.
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O motorista de Mário Mendes, um militar da GNR na reforma, acusado pelo crime de "condução perigosa de veículo rodoviário", começou hoje a ser julgado nos Juízos Criminais de Lisboa, no Campus da Justiça, no Parque das Nações.

Joaquim da Silva Fernandes, na altura motorista do ex-secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, disse em tribunal que não se lembra do que aconteceu na altura do acidente, recordando-se apenas de ter saído do Gabinete Coordenador de Segurança, na Rua Laura Alves, e de ter acordado no hospital.

À saída da audiência, o advogado do arguido, José Pacheco, referiu aos jornalistas que não se trata de estratégia da defesa dizer que não se lembra do acidente, uma vez que o ex-militar da GNR teve um traumatismo craniano e ficou sem memória.

A investigação do Ministério Público concluiu que o motorista foi o "único responsável pelo acidente" que, seguindo em "marcha assinalada de urgência, violou grosseiramente regras de circulação rodoviária, ignorando designadamente a obrigação de parar no sinal vermelho, pondo assim em perigo terceiros".

O acidente de viação envolveu uma viatura do Ministério da Administração Interna, na qual seguia o então secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, que ficou gravemente ferido, e outra que estava ao serviço do então presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que não seguia no veículo.

O acidente ocorreu na Av. Liberdade, em Lisboa, no dia 27 Novembro de 2009.

O advogado considerou "altamente improvável" que Mário Mendes tenha pedido ao motorista para ultrapassar o limite da velocidade, sublinhando que Joaquim da Silva Fernandes é condutor profissional há 28 anos.

A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACAM-M), que se constituiu assistente no processo, convocou para depor Rogério Pinheiro, ex-diretor-geral de Viação, e João Dias, investigador do Instituto Superior Técnico, com larga experiência em reconstituição de acidentes.

Joaquim da Silva Fernandes é considerado o único culpado do acidente e vai responder por um crime de condução perigosa por alegadamente ter passado, sem abrandar, um sinal vermelho.

A próxima sessão do julgamento está marcada para 6 de Dezembro.

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