Um dos painéis das jornadas parlamentares do CDS, que começaram segunda-feira em Braga, foi sobre segurança, "tema caro" ao partido, como diz ao DN Pedro Mota Soares, que assegura que já estava previsto antes dos episódios de violência urbana pós-conflito entre polícia e moradores do bairro da Jamaica, no Seixal. Um debate que, disse o deputado centrista, serviu para "demonstrar e criticar a inação do governo perante os acontecimentos que ocorreram quase todos os dias na semana passada"..Pedro Mota Soares afirma que "é preciso restaurar a confiança dos portugueses e das forças da autoridades e demonstrar-lhes todo o apoio". Até porque o "CDS não quer a diminuição da autoridade do Estado, porque queremos garantir a tranquilidade de todos os portugueses"..O antigo ministro da Solidariedade e Segurança Social não quis comentar a visita que Pedro Santana Lopes, líder do Aliança, fez ao bairro da Jamaica, em que declarou que se ali vivesse também se sentiria "revoltado"..As críticas ao governo foram uma constante deste primeiro dia das jornadas, marcadas também pelo assinalar dos problemas com que as empresas portuguesas se vão debater devido ao Brexit. Assunção Cristas, acompanhada pelo cabeça-de-lista do partido às europeias, Nuno Melo, numa visita a uma das grandes empresas exportadoras nacionais, a Lameirinho, garantiu que "não há apoio do governo" para "garantir que eventuais choques externos venham a prejudicar este tecido empresarial", nem uma "política dirigida para garantir e estimular o crescimento económico"..A comitiva dos democratas-cristãos, vários carros e um autocarro, regressou depois a Braga para uma visita ao hospital da cidade, que a partir de 31 de agosto deverá deixar de ser gerido através de uma parceria público-privada..Depois de se reunir com a administração, Assunção Cristas, rodeada de deputados, elogiou o "trabalho extraordinário" do hospital, onde os "doentes têm um grau de satisfação muito elevado"..Além do mais, acrescentou, o "Estado poupou muito dinheiro" ao longo dos anos da concessão e "o hospital já se pagou mais de duas vezes"..O modelo "termina por opção deste governo e por pura embirração ideológica", concluiu..Mas as jornadas são também uma espécie de porta de entrada no período de pré-campanha eleitoral para o CDS. Foi neste sentido que o eurodeputado do CDS Nuno Melo liderou um painel de oradores sobre fundos comunitários e em específico os que são canalizados para a agricultura.."O CDS é muito crítico relativamente ao facto de Portugal perder fundos nomeadamente na agricultura", frisou ao DN Pedro Mota Soares, que assegurou que Portugal deve bater-se por uma agricultura mais competitiva..A líder do CDS encerra nesta terça-feira as jornadas e deverá apontar as grandes apostas do partido para estes próximos meses de combate eleitoral. Uma das apostas está já feita. Assunção Cristas declarou o apoio a uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República. "Obviamente que quem apoiou à primeira também apoiará à segunda.".Assunção fez esta declaração embalada pelas palavras do Presidente da República no Panamá, onde uma vez mais admitiu que está tentado a voltar a correr para Belém numa segunda volta.