Moscovo quer que idosos fiquem em casa e recomenda teletrabalho
O autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin, ordenou, esta sexta-feira, que os idosos fiquem em casa e recomendou o teletrabalho numa altura em que a capital russa enfrenta um aumento acentuado de novos casos de covid-19. Num dia, o número de novas infeções aumentou quase 50%, em Moscovo de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira. Passou de 1.050 diagnósticos confirmados de covid-19 para 1.560.
Depois de meses em que a situação epidemiológica era considerada estável, regista-se nos últimos dias um aumento exponencial de novos casos na Rússia, o quarto país do mundo mais afetado pela pandemia. A situação mais preocupante é em Moscovo, onde o número diário de novos diagnósticos de covid-19 registado esta sexta-feira é o mais alto desde o fim de junho.
Perante o agravamento da disseminação do novo coronavírus, Sobyanin disse que os moscovitas com mais de 65 anos devem ficar em casa a partir de segunda-feira e raramente fazer compras, enquanto as caminhadas ao ar livre continuam sem restrições.
No início do confinamento, Sobyanin aplicou medidas severas, incluindo o cancelamento de passes gratuitos para idosos.
"Infelizmente, há um aumento significativo no número de casos confirmados em Moscovo nos últimos dias", afirmou o autarca no seu blogue oficial. Sobyanin disse que houve um aumento signaficativo nas admissões hospitalares.
Esta sexta-feira, o autarca alertou para os desafios que o Inverno acarreta, nomeadamente os o risco de se ficar infetado com covid-19 e ao mesmo tempo contrair contrair gripe, o que é particularmente perigoso para idosos e doentes crónicos. "Portanto, a partir de 28 de setembro, pedimos que fiquem em casa", disse.
O decreto do autarca de Moscovo apresenta como regra obrigatória a permanência dos idosos em casa, com exceções que abrangem idas ao médico, compras, passear os cães e a deslocação para o trabalho.
Sobyanin afirmou ainda que as pessoas que pertencem a grupos de risco devem trabalhar a partir de casa ou tirar férias, caso seja possível.
Deixou também um apelo às empresas. "Peço e recomendo veementemente que transfiram o máximo possível dos vossos funcionários para o trabalho a partir de casa."
Os empregadores devem oferecer testes de dispiste à covid-19 e medições de temperatura, acrescentou.
Avisou que ainda não se venceu o vírus e pediu aos habitantes de Moscovo para que usassem máscaras e luvas nos transportes públicos e nas lojas, uma regra já em vigor, mas amplamente desrespeitada.
"Todos nós não queremos voltar às duras restrições da primavera", disse Sobyanin. "Espero que possamos evitar isso."
A Rússia confirmou 1.128.836 casos de coronavírus e quase 20.000 mortes, desde o início da pandemia.
A Russia fez saber que foi o primeiro país a ter a primeira vacina contra o novo coronavírus aprovada no mundo, a Sputnik V, embora ainda esteja em testes clínicos.
Sobyanin está entre as autoridades de alto nível que foram vacinadas.