Morreu o professor universitário Luís Salgado de Matos

Investigador de temas como o Estado, a Igreja e as Forças Armadas. Em 2018, publicou uma biografia do Cardeal Cerejeira.
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O professor e investigador jubilado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa Luís Salgado de Matos, autor de livros como A Separação do Estado e da Igreja e da biografia Cardeal Cerejeira, morreu esta segunda-feira, indicou o amigo João Soares no Facebook.

Fonte da família confirmou à agência Lusa que Salgado de Matos morreu vítima de doença prolongada.

"Acabo de receber a notícia triste da morte do meu velho amigo Luís Filipe Salgado Matos. Conhecemo-nos há muitos, muitos, anos. Fomos contemporâneos no Colégio Moderno e na FDL. Seu pai era grande amigo do meu avô João Soares", escreveu o antigo presidente da câmara de Lisboa.

"Salgado Matos foi um dos numerosos estudantes universitários presos pela PIDE em 1965. Professor catedrático no ISCTE. Respeitado especialista em Igreja e Forças Armadas. Autor da interessante biografia de Gonçalves Cerejeira", acrescentou, deixando os pêsames à família.

Também o professor e politólogo António Costa Pinto partilhou a notícia da morte de Luís Salgado de Matos: "Investigador cuja "história" se confunde com a do Instituto de Ciências Sociais, do qual fez parte, desde os anos 70 até à sua jubilação."

Segundo outro amigo, o jurista Jorge Bacelar Gouveia, o investigador estava a acabar um livro sobre a análise dos conteúdos do ensino da moral e religião católica nas escolas públicas.

Luís Salgado de Matos nasceu em Lisboa em 1946. Foi investigador principal com agregação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Era formado em Direito (1969) e doutor em Sociologia Política (2000) pela Universidade de Lisboa.

Segundo um currículo na página da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, foi vogal da direção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (1965), membro d" O Tempo e o Modo (anos 60) e da Seara Nova (anos 70). Foi ainda secretário de Estado da Economia no Governo de Transição de Moçambique (1974-1975), diretor do Jornal do Comércio (1975-1976), presidente do Instituto Português de Cinema, presidente da administração do Teatro São Carlos, administrador do Porto de Lisboa (1983-1993). Foi consultor do ministro da Defesa Nacional (2000) Júlio Castro Caldas e, nessa qualidade, participou na elaboração da atual lei do serviço militar. Foi consultor do Presidente da República Jorge Sampaio (2001-2006).

(Atualizada com confirmação da família à agência Lusa)

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