O historiador português de arte Luís de Moura Sobral, titular da Cátedra de Cultura Portuguesa, na Universidade de Montréal, morreu no passado dia 11, naquela cidade canadiana, informou o Instituto da História da Arte (IHA) da Universidade Nova.."O IHA lamenta profundamente a morte do nosso colega historiador da arte Luís de Moura Sobral (1943-2021), professor emérito do Departamento de História da Arte e Estudos Cinematográficos da Faculdade das Artes e das Ciências, e titular da Cátedra de Cultura Portuguesa, da Universidade de Montréal", onde lecionou durante 40 anos, lê-se na mensagem do IHA, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH Nova)..Autor de obras como "Do Sentido das Imagens - Ensaios sobre pintura barroca portuguesa e outros temas ibéricos" e "Pintura e Poesia na Época Barroca", Luís de Moura Sobral, marcou "a historiografia da arte, particularmente os estudos de pintura e da cultura visual da Idade Moderna em Portugal e no Brasil", escreve o IHN..O historiador Vitor Serrão, na sua página no Facebook, recorda Luís de Moura Sobral como "estudioso dos ciclos iconográficos e da simbologia das imagens no Barroco", e "autor de títulos fundamentais para quem estuda a História da Arte Moderna, tanto em Portugal como nos seus espaços de influência no Mundo, sobretudo no Brasil"..O professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa recorda ainda "importantes projectos científicos" desenvolvidos por Moura Sobral, como o congresso sobre o surrealismo português (Montréal, 1983) e, mais recentemente, o filme que dirigiu sobre o azulejo no Brasil e em Portugal, "Azulejos -- Uma Utopia Cerâmica" (2013), distinguido pelos prémios SOS-Azulejo..Moura Sobral organizou ainda o congresso internacional "Struggle for Synthesis" (Braga, 1996), as exposições "Bento Coelho e a cultura do seu tempo" (1998), para o Instituto Português do Património Cultural, "XVII" (2004), dedicada à pintura portuguesa seiscentista, que esteve no Museu Nacional de Arte Antiga, e "Pinturas do Barroco em Sevilha e no Algarve: Contatos, Coincidências e Divergências", patente em Faro, em 2017..Em 2013, em Montreal, organizou também o colóquio "Presença da Cultura Lusófona nas Eras Pré-moderna, Moderna e Contemporânea"..Foi ainda responsável pelo número especial da Revue de l'Art' (Paris, 2001) dedicado à arte portuguesa..Luís de Moura Sobral era esperado em Lisboa, no próximo mês de novembro, para participar, como orador convidado, no colóquio "Porque o amor é forte como a morte -- O Cântico dos Cânticos, Paradigma Universal da Cultura Portuguesa", a realizar nos dias 17 e 18, na Biblioteca Nacional de Portugal..De acordo com o poeta Gonçalo Salvado, organizador deste encontro e comissário da mostra "Beija-me com os Beijos da tua Boca -- O Cântico dos Cânticos -- Exposição Bibliográfica e Iconográfica", Luís de Moura Sobral preparava a comunicação "O Pintor Bento Coelho da Silveira (Lisboa, 1617 - Lisboa, 1708) e o Cântico dos Cânticos. Um caso único na Europa. O primeiro pintor a 'ilustrar' o Cântico dos Cânticos"..Num debate publicado esta semana pela revista francesa Perspective, num número dedicado a Portugal e aos países lusófonos, Luís de Moura Sobral sintetiza "desafios e questões fundamentais que se colocam hoje à História da Arte" e insiste "no papel ativo que cumpre a todos os historiadores", segundo o IHN..Luís de Moura Sobral era académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes e Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.