Morreu o cineasta e jornalista brasileiro Arnaldo Jabor
Arnaldo Jabor, cineasta e jornalista, morreu aos 81 anos em São Paulo, terça-feira, dia 15, no hospital onde estava internado desde dezembro, depois de sofrer um acidente vascular cerebral.
Jabor realizou "Eu sei que vou te amar" (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes, e mais sete longas metragens, entre os quais "Toda a Nudez Será Castigada", uma adaptação da peça homónima de Nelson Rodrigues., com que venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973, dois curtas-metragens e dois documentários. Foi colunista de telejornais da TV Globo desde 1991 e de outros veículos, incluindo, esporadicamente, do DN.
"Estou muito triste com a morte do meu amigo, grande brasileiro, jornalista e cineasta Arnaldo Jabor. Meus sentimentos aos familiares e amigos. Que Deus conforte seus corações neste momento de dor", escreveu João Doria, governador de São Paulo a propósito do filho de judeus libaneses nascido no Rio de Janeiro.
Para o ator Ary Fontoura, o cineasta era "politicamente atuante, um crítico mordaz, inconformado com as mazelas brasileiras, um realizador de cinema premiado no mundo todo, teve obras ótimas, como 'Toda a nudez será castigada', 'Pindorama', fez filmes importantes, livros importantes, é uma grande perda para o Brasil, um dos grandes homens que criticava este país com a maior dignidade, como vocês dizem mesmo? era 'uma metralhadora de palavras'. Deixa uma lacuna imensa".
Silvio Tendler, colega cineasta, escreveu que "Jabor era essa figura absolutamente polemista". "Quando falo polemista, a gente não pode fotografar ele em apenas um momento, tem que pegar a trajetória. No conjunto da obra dele, ele estará sempre provocando. A vida dele como jornalista e comentarista não é diferente. Sei que ele irritou muita gente".