A escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, que recebeu o Prémio Camões em 2005, morreu este domingo (3) em São Paulo, aos 98 anos, informou a Academia Brasileira de Letras..Lygia Fagundes Telles venceu o Prémio Camões em 2005, tendo recebido o galardão numa sessão solene na Fundação de Serralves, no Porto, por ocasião da VIII Cimeira Luso-Brasileira..Na ocasião, afirmou que o prémio foi "a colheita de uma grande e antiga plantação" a que se vinha "dedicando com paciência, esperança e paixão"..Assumiu-se como "uma escritora do terceiro mundo, atenta às desigualdades", empenhada em "ajudar o leitor" através dos seus livros, garantindo procurar "dar ao leitor o consolo e o amor" e defendendo que "a salvação está na arte"..Tem publicadas várias obras, entre romances e contos, entre os quais "As meninas", "Histórias de mistério", "Verão no aquário" e "Seminário dos ratos"..De acordo com a academia brasileira, a década de 1970 foi de intensa atividade literária da romancista e marcou o início da consagração na carreira, tendo publicado alguns dos seus livros mais reconhecidos..Na década seguinte publicou "A Disciplina do Amor" (1980), que recebeu o Prémio Jabuti e o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte, tendo o romance "As Horas Nuas" (1989) recebido o Prémio Pedro Nava de Melhor Livro do Ano..Entre os romances galardoados encontram-se ainda "A Noite Escura e Mais Eu (1995)", que recebeu o Prémio Arthur Azevedo da Biblioteca Nacional, o Prémio Jabuti e o Prémio APLUB de Literatura e os textos do livro "Invenção e Memória" (2000), que receberam o Prémio Jabuti, APCA e o "Golfinho de Ouro"..Lygia Fagundes Telles trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até à reforma..Foi também presidente da Cinemateca Brasileira e era da Academia Brasileira de Letras e da Academia Paulista de Letras.