Morreu José Manuel Rosas, joalheiro que fundou a Rosior

O criador e mestre joalheiro do Porto morreu aos 71 anos. Foi o seguidor de uma tradição familiar na joalharia, fundando a empresa Rosior e trabalhando para as mais prestigiadas casas internacionais.
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O joalheiro José Manuel Rosas morreu aos 71 anos. Foi um criador reconhecido e premiado de peças de joalharia, seguindo uma tradição familiar, e distinguiu-se com a sua marca própria, a Rosior, tendo realizado trabalhos para as prestigiadas Cartier ou Tiffany & Co.

Nasceu numa família portuense com grande tradição na joalharia, os Rosas, com a primeira empresa, a Rosas de Portugal, a ser fundada em 1890 pelo seu bisavô. José Manuel Rosas seguiu o mesmo percurso na companhia familiar e, em 1978, criou a Rosior, a empresa que veio a consolidar no mercado, hoje nas mãos dos dois filhos.

Foi estudante de arquitetura mas os tempos conturbados das greves em Belas Artes, antes do 25 de Abril, ditaram o abandono precoce da licenciatura para se dedicar às joias. Aos 24 anos entrou para a estrutura familiar de joalharia. Foi sempre um criador mas recusava o rótulo de artista - aceitava ser considerado como um fazedor de obras de arte, "únicas, genuínas e de qualidade".

A notícia da sua morte foi avançada na quinta-feira pela Rosior: "É com uma profunda tristeza que informamos que o nosso fundador, criador e mestre joalheiro, José Manuel Rosas, descansa agora em paz."

"Após anos de intenso trabalho de manufatura para a sua própria marca e para clientes internacionais destacados, como a Cartier ou a Tiffany & Co., José Manuel, antigo estudante de arquitetura, abraçou o sonho de criar peças únicas de alta joalharia", lê-se no texto que a empresa Rosior publicou na sua página de Facebook

José Manuel Rosas foi várias vezes distinguido em Portugal e no estrangeiro com diversos prémios. Nunca abdicou de ser um criador português virado para o Mundo. "O facto de ser português sempre o norteou tanto na sua vida profissional como privada e enchia-o de orgulho ser autor de peças criadas no seu país ao melhor nível do que os melhores atores de alta joalharia criavam na cena internacional, universo que frequentava assiduamente desde há décadas nas melhores feiras e exposições que têm lugar pelo mundo fora", refere a nota da Rosior.

"Invulgar compositor de joias brilhantes e coloridas pelas pedras que tão bem entendia, maestro na condução da sua oficina tradicional no Porto, José Manuel Rosas faz-nos a todos herdeiros das suas sinfonias que perdurarão na eternidade", adianta ainda a empresa.

Uma das obras emblemáticas que criou foi a "Clutch Gems Dream", uma mala de cerimónia em ouro e prata e com 4732 rubis, esmeraldas, diamantes, safiras, ametistas e topázios.

Demorou dois anos - entre 2007 e 2009 - a fabricar a peça que teve o valor de valor de 262 mil euros e quando foi feita já tinha comprador.

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