Moreirense ainda assustou, mas o FC Porto deu a volta em sete minutos

Dragões estiveram a perder com um golo de Frimpong, mas reagiram por Toni Martínez e Wendell... que acabou expulso. Sérgio Conceição esteve na bancada a cumprir castigo.
Publicado a
Atualizado a

Um FC Porto de extremos... Ver Galeno a festejar ter concedido um pontapé de canto ao Moreirense, já depois dos 90 minutos, como se de um golo portista se tratasse só mostra o quão difícil foi ao FC Porto ir hoje vencer (2-1) a Moreira de Cónegos, na jornada de abertura do campeonato 2023-24.

Sérgio Conceição foi surpreendido pelo bom desempenho físico e tático da equipa de Rui Borges, mas emendou a mão a tempo, conseguindo os três primeiros pontos na tabela da I Liga.

Numa primeira parte algo aborrecida do ponto de vista do espetáculo em si e de oportunidades de golo, salvou-se algum bom futebol jogado pelo Moreirense. A equipa do Moreirense entrou confortável no jogo e causou perigo nas transições ofensivas. Fruto dessa mesma perigosidade ofensiva, aos 23 minutos Fábio Cardoso, que alinhou no lugar do castigado Pepe ao lado de Marcano e assim mostrou que David Carmo continua sem convencer o técnico portista, por pouco, não desviou a bola para a própria baliza e fez autogolo.

Do FC Porto pouco ou quase anda se viu ofensivamente - para lá de um remate frouxo de Taremi e um remate ao lado de Galeno - e só não foi para o intervalo a perder porque Kodisang rematou ligeiramente por cima da baliza portista.

Menos ativo no camarote onde viu o jogo por estar castigado e não poder ir para o banco, onde costuma ser mais enérgico e efusivo, Sérgio Conceição não podia gostar do que via. Os duelo individuais perdidos, a pouca agressividade na recuperação da bola, os duelos aéreos perdidos por Grujic (ou ganhos quase sempre por André Luís) e a falta de extremos no jogo - Galeno a jogar por dentro e Pepê apagado - eram sinais de alerta para o segundo tempo.

O técnico já tinha mandado aquecer Toni Martínez, Nico González, Namaso e Romário Baró à passagem da meia hora de jogo e apostou no avançado espanhol para esticar o jogo na segunda parte (e conseguiu), tirando João Mário e recorrendo mais uma vez a Pepê como lateral. O brasileiro criou mais perigo jogando recuando do que quando atuou a extremo e ainda ameaçou a baliza de Kewin.

O FC Porto continuava tolhido mentalmente e sem conseguir encontrar espaços na zona defensiva da equipa de Moreira de Cónegos, que se manteve equilibrada taticamente e avançou no terreno chegando ao golo. Foi preciso esperar pela validação do VAR, mas Helder Malheiro validou mesmo o golo de Frimpong que, com o joelho, desviou a bola de Diogo Costa, que está a ter um início de época intranquilo e já com três golos sofridos em dois jogos.

O empate não demorou. E teve dedo de Sérgio Conceição, como admitiu Eustáquio no fim do jogo - equipa técnica manteve o silêncio decretado após a expulsão do treinador na Supertaça. O técnico meteu Romário Baró em campo no lugar de Grujic e foi o jovem médio a dar início à jogada finalizada por Toni Martínez, depois de um toque de classe de Fábio Cardoso. Baró lesionou-se pouco depois deixando o relvado em lágrimas - lesão pode ser grave - e possibilitando a estreia de e Nico González aos 70 minutos.

Foi também com uma finalização perfeita que Wendell promoveu a cambalhota no marcador em sete minutos, com ajuda de Pepê e Otávio, que combinaram bem na ala direita e ainda contaram com um desvio subtil de Frimpong a servir o lateral portista para o 2-1. O homem que acabou por dar a vitória ao FC Porto não ficou em campo para colher os louros do triunfo.

O lateral mediu mal uma entrada na bola, acertou no adversário e acabou expulso, levando Galeno a acabar o jogo a lateral esquerdo... e a desviar uma bola para canto, acabando por festejar o sucesso da missão que lhe fora confiada, a de afastar a bola da zona de perigo e assim impedir que o Moreirense pudesse sequer pensar em empatar.

isaura.almeida@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt