Monge tibetano condenado a 11 anos de prisão

Um dos três monges tibetanos acusados na imolação de um jovem monge, em Março, foi condenado hoje a 11 anos de prisão por homicídio intencional, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
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O caso tem provocado novas tensões entre os monges tibetanos e as autoridades chinesas.

O condenado, que é monge no mosteiro de Kirti, na cidade tibetana de Aba, na província de Sichuan, escondeu o jovem imolado durante várias horas para evitar que recebesse tratamento médico de emergência.

O tribunal considerou que tal ato provocou a morte do rapaz de 16 anos.

Segundo a Xinhua, o jovem queimou-se em honra do líder religioso tibetano exilado Dalai Lama, criando novas tensões com os monges de Kirti, que foram submetidos pelas autoridades a uma "reeducação", encontrando-se em paradeiro desconhecido.

O jovem, que era discípulo e sobrinho do monge hoje condenado, morreu ao final de 11 horas, depois de ter cometido o ato de imolação.

O tribunal da comarca de Maerkang, em Aba, não quis dar informações sobre a sentença e assinalou que o julgamento continuará na terça-feira, com os outros dois monges, acusados pela justiça de terem "conspirado, instigado e assistido a imolação" do jovem de 16 anos.

Kirti é um dos mosteiros mais importantes do budismo tibetano e os seus monges mantiveram intensos conflitos durante semanas com as autoridades chinesas depois da morte da jovem, tendo sido levados à força para campos de reeducação.

As tensões entre a minoria tibetana e as autoridades chinesas acontecem desde os violentos episódios de 2008, tanto no Tibete como nas zonas de etnia tibetana de Sichuan, Qinghai e Gansu.

O Tibete reivindica a sua independência da China, que ocupou a região em 1951.

Além do Tibete, outras regiões chinesas com minorias autóctones têm registado tensões e conflitos similares, como os registados em 2009, em Xinjiang, onde morreram centenas de pessoas, e os recentes protestos na Mongólia, neste verão.

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