Moçambique. Insurgentes atacam cidade-chave de Palma

A província de Cabo Delgado, em Moçambique, é desde 2017 alvo de ataques de um grupo jihadista, que tem invadido aldeias e cidades na tentativa de estabelecer um califado islâmico.
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Assaltantes não identificados atacaram nesta quarta-feira a cidade de Palma, no norte de Moçambique, o centro de um enorme projeto de exploração de gás, disseram fontes de segurança, numa altura em que as obras de construção do projeto deviam ser retomadas.

A violência abalou o desenvolvimento do maior projeto africano de gás natural liquefeito na península de Afungi, liderado pela gigante francesa do petróleo Total.

A petrolífera anunciou nesta quarta-feira que iria "retomar progressivamente" a construção no local "após a implementação de medidas adicionais de segurança".

Uma fonte policial baseada na capital de Moçambique, Maputo, disse à AFP que um ataque a Palma estava "em andamento". A fonte, que não quis ser identificada, disse que ainda não se sabe se os agressores são jihadistas.

Uma segunda fonte, também sob anonimato, na capital provincial de Pemba, confirmou o ataque e disse que as tropas moçambicanas estavam a lutar contra "insurgentes".

Os jihadistas de Cabo Delgado, conhecidos localmente como Al-Shabab, são filiados ao chamado grupo do Estado Islâmico.

A insurgência já matou pelo menos 2.600 pessoas, metade delas civis, de acordo com a agência americana de coleta de dados Armed Conflict Location and Event Data (ACLED).

Quase 700.000 pessoas foram deslocadas pela violência, colocando forte pressão sobre o apoio humanitário na região.

A própria petrolífera Total evacuou alguns funcionários em janeiro, depois de jihadistas terem lançado uma série de ataques a apenas alguns quilómetros do local do projeto de exploração de gás.

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