Mira Amaral defende ministro da Economia
Luís Mira Amaral disse hoje que "o ministro da Economia tem de ser prestigiado" para poder enfrentar os desafios da economia portuguesa e ter peso de decisão.
O ex-ministro de Economia de Cavaco Silva, que falava sobre o relatório Porter após 20 anos, afirmou também que "têm de ser os ministérios mais económicos a liderar" os fundos de Bruxelas, porque são esses a quem está incumbido o objetivo de colocar o país a crescer.
Mira Amaral acrescentou na sua intervenção que, na altura em que foi pedido o relatório Porter, "os ministros da Economia tinham o mesmo problema" de estarem subjugados ao Ministério das Finanças em matéria de políticas de crescimento.
"Tivemos cinco ministros da Economia em seis anos. Já na altura havia o drama que os ministros da Economia agora têm, e que estamos a conhecer, de que as Finanças é que mandam em tudo", frisou Mira Amaral.
Sem nunca citar a polémica entre Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar por causa da gestão dos fundos de Bruxelas, Miral Amaral explicou que o Governo tem de dar "um cheirinho" de crescimento da economia portuguesa, ou "será muito difícil" fazer a gestão política do país.
"Não há nenhum homem no mundo que consiga colocar, neste momento, o país a crescer", observou o ex-ministro da Economia, acrescentando que "não vale a pena andarem com fantasias e arranjar outros ministros".
O atual presidente do Banco Internacional de Crédito (BIC) afirmou, na sua intervenção sobre o relatório Porter, uma iniciativa do Instituto Francisco Sá Carneiro, que sempre apoiou no Governo os ministros das Finanças "que ponham na ordem os ministros que gastavam demais" e que "têm cortado pouco na despesa pública", mas é preciso "tratar da economia real porque sem a economia a crescer não se vai conseguir resolver o problema do cumprimento dos défices públicos".
À margem da sua intervenção, Mira Amaral voltou a frisar aos jornalistas que "política económica não é só finanças públicas", acrescentando que, embora "necessárias e indispensáveis", é essencial "o papel de ministros económicos como a Agricultura e Economia", porque, "com o défice externo que temos, é necessário voltarmos a produzir em Portugal".