Ministro britânico pede que Netflix diga que The Crown é ficção
Oliver Dowden explicou que, sem o aviso prévio, a audiência pode confundir facilmente "ficção com os factos".
O ministro disse ao jornal inglês Mail on Sunday que a série "É uma obra de ficção lindamente produzida, então, como acontece com outras produções de TV, a Netflix deve ser muito clara que é apenas isso."
Nas suas séries, a Netflix geralmente não informa aos espectadores que seus dramas são fictícios no início de cada episódio.
"Sem isso, temo que uma geração de espectadores que não viveram esses eventos possa confundir ficção com fatos", acrescentou Dowden.
A temporada atual retrata o romance e o posterior divórcio entre o príncipe Charles e Diana, a princesa de Gales, mostrando um príncipe determinado em ter relacionamento com Camilla Parker-Bowles enquanto era casado com Diana.
Outros eventos apresentados incluem o governo da primeira-ministra Margaret Thatcher, o declínio da saúde mental da irmã da rainha, princesa Margaret, e o relacionamento da monarca com seu marido, o príncipe Philip, e seus filhos.
Se já havia alguma polémica relativamente às conturbadas relações da rainha com o marido e com a irmã, imagine-se o desconforto na Casa Real quando um dos episódios da terceira temporada deu a entender que Isabel II terá sido infiel ao marido, o duque de Edimburgo, tendo uma relação com o responsável do estábulo dos seus cavalos de corridas, Iord Porchester, que tratava carinhosamente por Porchey.
Num artigo publicado no The Times, Dickie Arbiter, ex-assessor de imprensa da rainha, afirmou: "Tudo isto me parece de muito mau gosto e totalmente infundado. A rainha seria a última pessoa do mundo a considerar olhar para outro homem que não fosse o seu marido." Segundo Arbiter, este é um boato que circula há décadas mas que "não tem qualquer fundamento". E conclui: "The Crown é uma ficção. Ninguém conhece as conversas particulares que os membros da família real têm, mas, é claro, as pessoas contam sempre a história que desejam para torná-la mais sensacionalista."