O Ministério Público já pediu a ampliação da extradição de Vale e Azevedo relativa à condenação de 10 anos, em 2013, por crimes relacionados com transferências de futebolistas, disse hoje à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).."O Ministério Público promoveu, logo que teve conhecimento do trânsito em julgado, a emissão de Mandado de Detenção Europeu, com pedido de ampliação da extradição relativamente à condenação" de 10 anos de prisão por crimes relacionados transferências de futebolistas, respondeu à agência Lusa a PGR, acrescentando que o juiz titular do processo já deferiu o pedido..A condenação de 10 anos foi aplicada a Vale e Azevedo em 2013 por crimes nas transferências dos futebolistas ingleses Scott Minto e Gary Charles, do marroquino Tahar e do brasileiro Amaral..Vale e Azevedo saiu na terça-feira em liberdade condicional, após cumprir cinco sextos da pena de prisão de 11 anos e meio a que tinha sido condenado (em cúmulo jurídico) no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, por crimes de burla e apropriação indevida de dinheiro, entre outros ilícitos económicos e financeiros..Apesar desta pena cumprida, o ex-dirigente do Benfica tem ainda pendente uma condenação de dez anos já transitada em julgado e cujo cúmulo jurídico ainda não foi feito..Questionada sobre esta questão, a advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, disse que face às informações que lhe foram transmitidas de Inglaterra, "muito possivelmente, ao chegar o pedido de ampliação [da extradição] poderá nem sequer ser aceite, porque já há uma prévia apreciação deste processo"..O antigo dirigente desportivo, que estava acusado de se ter apropriado de quatro milhões de euros do clube encarnado, foi condenado por peculato, branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento..A advogada salientou que ainda será preciso fazer um cúmulo jurídico com a condenação de dez anos, de que vai "resultar uma pena única", onde serão descontados os anos já cumpridos, com a possibilidade de lhe ser concedida de novo a liberdade condicional..Luísa Cruz defendeu que a maioria dos processos, nomeadamente os relacionados com o Benfica, deviam ter sido julgados ao mesmo tempo, uma vez que "têm por base a mesma fundamentação, a mesma investigação, com pequenas nuances", permitindo determinar uma pena única.."Juridicamente, ele está sob a alçada das autoridades inglesas e só com autorização das autoridades inglesas é que poderá ser feito qualquer julgamento ou ser aplicada qualquer medida de coação que implique uma nova detenção", afirmou na altura a advogada.