Milhares protestam em Hong Kong contra nova lei de extradição para a China continental
O protesto começou logo pela manhã, com dezenas de milhares a saírem à rua, de cartazes em punho em chinês e em inglês, contestando a nova lei de extradição judicial que as autoridades do território se preparam para aprovar e que vai permitir a extradição para a China continental.
"Não à extradição para a China, não à lei malvada", lê-se nos cartazes em inglês. Uma das exigências dos manifestantes, que entretanto chegaram às centenas de milhares, é a demissão do governador do território, Carrie Lam, que fez a proposta de lei.
Os organizadores do protesto, segundo a Reuters, esperavam que pelo menos meio milhão de manifestantes participem na manifestação, que começou no Park Victoria e percorre várias ruas da cidade, em direção ao Parlamento.
O número de manifestantes, confirmando a previsões da organização, fazem deste o maior protesto nas ruas de Hong Kong nos últimos 15 anos, e as autoridades estão a encarar a situação com muito cuidado.
Pelo menos dois mil agentes da polícia foram mobilizados para acompanhar a manifestação, o que mostra que ela está a ser seguida com muita atenção por parte do governo do território.
Manifestantes ouvidos pela Reuters no local explicam que "este é o momento de lutar".
Um jovem bancário de 30 anos, que quis manter o anonimato para não sofrer sanções disciplinares na empresa, sintetizou o sentimento geral dos manifestantes ao afirmar que "esta lei da extradição ameaçará diretamente os valores centrais e as leis de Hong Kong, porque deitará por terra a barreira da independência judicial do território".
A lei proposta pelo governo do território, encabeçado por Carrie Lam, será discutida no Parlamento local na próxima quarta-feira.