Mil idosos em lares por vacinar. Governo faz estudo serológico
Mil utentes de lares de idosos estão por vacinar, a "esmagadora maioria dos quais" por terem estado infetados com covid-19, pelo que aguardam o final dos 90 dias definidos para poderem tomar a vacina, informou este sábado o Governo.
"No âmbito da vacinação de utentes e profissionais de lares, foram já vacinados 99% dos idosos nos lares e 97% dos funcionários, um esforço que continuará até se garantir a cobertura integral de vacinação nesta população", assinala o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em comunicado.
De acordo com dados da 'task force' da vacinação, citados pelo ministério, faltam ainda vacinar cerca de 2.100 funcionários de lares, cerca de 70% dos quais por se encontrarem a recuperar de infeção por covid-19.
"Os restantes não tomaram ainda a vacina por serem novas contratações ou por terem razões de saúde que desaconselham a vacina", explica.
A 5 de agosto autoridades de saúde contabilizavam 53 surtos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2 em lares de idosos, com um surto em Proença-a-Nova a suscitar maior atenção por parte da União das Misericórdias Portuguesas.
De acordo com números disponibilizados então à agência Lusa pela Direção-Geral da Saúde, os 53 surtos ativos, em números atualizados na segunda-feira, envolviam 829 casos de infeção diagnosticados.
Por administração regional de saúde, era em Lisboa e Vale do Tejo que se contavam mais surtos (25) e pessoas infetadas (270). No Norte havia 10 surtos e 247 pessoas infetadas, no Alentejo oito surtos e 68 infeções, no Centro seis surtos e 138 infetados e no Algarve quatro surtos e 106 pessoas infetadas.
Na sexta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse que ainda não está em cima da mesa a administração a idosos de uma terceira dose de vacina contra a covid-19, considerando que "é preciso robustez científica e dados consolidados".
No mesmo dia, o bastonário da Ordem dos Médicos alertou para a necessidade de uma atenção especial aos lares, insistindo na testagem regular para travar o avanço de surtos e apontando a subida da taxa de letalidade nos mais idosos.
O Governo vai promover a realização de um estudo serológico a cinco mil funcionários e utentes de lares de idosos, para aumentar o conhecimento científico sobre a duração dos efeitos da vacina nesta população, foi hoje anunciado.
Uma decisão que surge na sequência do alerta feito ao DN pelo presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, e mais tarde pelo presidente das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), durante esta semana, e após ter sido conhecido mais um surto num lar de Proença-a-Nova que envolveu 127 infetados e uma morte.
O estudo será conduzido "ainda em agosto" nas regiões do Alentejo e Algarve e terá "participação voluntária", indica comunicado do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O objetivo, explica o ministério, é aumentar o conhecimento científico atual sobre a duração dos efeitos da vacina na população idosa, analisando a imunidade nos idosos mais vulneráveis que já foram vacinados, comparando-a com a dos funcionários vacinados na mesma altura.
O estudo, promovido no âmbito do programa integrado daquele ministério de apoio aos lares de idosos devido à pandemia por Covid-19, será conduzido pela Fundação Champalimaud e pelo Algarve Biomedical Center (ABC) que "vai contactar todas as instituições destas regiões, solicitando a participação dos utentes e dos profissionais, até se atingir a meta de 5 mil participantes".
Segundo a tutela, os testes não terão "quaisquer custos para as instituições" que participarem no estudo, cujos resultados serão apresentados publicamente em setembro.
"Os resultados do estudo serão partilhados com as autoridades de saúde e poderão contribuir para decisões futuras sobre esta matéria", assinala.
A 05 de agosto, as autoridades de saúde contabilizavam 53 surtos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2 em lares de idosos, com um surto em Proença-a-Nova a suscitar maior atenção por parte da União das Misericórdias Portuguesas.
De acordo com números disponibilizados então à agência Lusa pela Direção-Geral da Saúde, os 53 surtos ativos, em números atualizados na segunda-feira, envolviam 829 casos de infeção diagnosticados.
Por administração regional de saúde, era em Lisboa e Vale do Tejo que se contavam mais surtos (25) e pessoas infetadas (270).
No Norte havia 10 surtos e 247 pessoas infetadas, no Alentejo oito surtos e 68 infeções, no Centro seis surtos e 138 infetados e no Algarve quatro surtos e 106 pessoas infetadas.