Aos 22 anos, Miguel Blanco está a confirmar com resultados o potencial que há muito lhe é reconhecido. O objetivo de chegar ao top 100 no circuito de qualificação para entrar na elite mundial está atingido, falta agora o título nacional, que está à distância de uma vitória e em casa. É em Cascais que tudo se irá decidir, nas praias onde Blanco se fez surfista. O momento ganha contornos especiais e há que não esquecer que à espera do campeão está um wildcard que dará acesso à etapa portuguesa do circuito mundial, em Peniche.."Vai ser muito bom competir em casa, onde eu cresci. É ótimo ter ainda uma janela aberta e só depender de mim. Tenho de fazer o meu surf e esperar o melhor", referiu ao DN. Uma vitória no Bom Petisco Cascais Pro - que se realiza entre 4 e 6 de outubro no Guincho ou em Carcavelos, dependendo das condições do mar - garante o primeiro título para Miguel Blanco, mas a concorrência é muita e forte. Ao todo são sete os candidatos, quatro a dependerem deles próprios para se sagrarem campeões..Miguel Blanco não tem dúvidas: "Vai ser renhido. Não se podem cometer erros." Apesar de ter adversários mais experientes, o surfista rapidamente garantiu que ansiedade ou nervosismo não fazem parte do seu estado de espírito. "Vou confiante para a etapa. Depois desta rodagem de campeonatos WQS, uma pessoa está bastante focada. Estou com bom nível. Não há esse tipo de emoções", realçou. A possibilidade de poder estar entre a elite mundial em Peniche no Meo Rip Curl Pro Portugal (de 16 a 27 de outubro) é algo que está bem presente no pensamento: "Claro que penso nisso. É uma motivação extra para lutar pelo título.".Ainda nesta semana, Blanco esteve no EDP Billabong Pro Ericeira, tendo sido eliminado na segunda ronda. Ocupava o 94.º lugar no circuito de qualificação e apesar de o título nacional ser um desejo, chegar ao WCT, onde está Frederico Morais, também ele um surfista de Cascais, é um dos objetivos de carreira. "É tudo um processo. Acabei de entrar no top 100 e uma pessoa vai melhorando dia após dia. Agora é consolidar o top 100 e seguir no ranking WQS", disse, admitindo que não sente pressa em chegar ao topo do surf mundial: "Há também a outra parte do free surf e das ondas grandes, com que eu também me identifico. Acho que não há que ter pressa. É um processo que demora o seu tempo, mas há que trabalhar todos os dias para lá chegar.".Se conseguir chegar ao título nacional, sucederá a mais um surfista de Cascais. Vasco Ribeiro já soma quatro, apesar de ter apenas 23 anos. A Linha tem sido um local onde muitos dos melhores surfistas nacionais começaram na modalidade, apesar de muito se falar de Peniche e da Ericeira. "Cascais só não tem o mesmo impacto que Peniche e Ericeira porque só tem ondas mais de inverno. Mas a verdade é que a qualidade das ondas de Cascais está ao mesmo nível. Só tem épocas diferentes em que as ondas são boas. É um excelente sítio, principalmente para a evolução de um surfista mais jovem, como foi o meu caso", explicou..Cascais com lugar na história.Para Ruben Gonzalez faz todo sentido que o campeão nacional seja decidido em Cascais. Afinal, terá sido nas praias da Linha que o surf em Portugal deu os primeiros passos. "Lembro-me de histórias muito antigas de ter sido em Cascais que foi feita a experiência de surfar uma onda com uma prancha", recordou ao DN. São muitos os surfistas que nasceram ou vivem em Cascais, uma tradição que se mantém, com os mais novos a continuarem a demonstrar muito talento..Frederico Morais e Vasco Ribeiro são os dois principais nomes, mas o tetracampeão nacional garante que há toda uma geração que tem tudo para alcançar bons resultados. De Carcavelos ao Guincho, são vários os tipos de onda que se podem encontrar em Cascais, o que faz da zona um local de eleição para muitos, mesmo que tenham origens mais a norte ou sul do país.."Temos aí ondas excelentes. Podem não ser as melhores do país, mas têm uma consistência enorme que, se calhar, em muitos lugares do mundo não se encontra", salientou Gonzalez, embaixador do surf de Cascais. Esta oferta das praias da Linha é também mais uma aposta turística para a região, com Ruben Gonzalez a referir como já há muito comércio e indústria a pensar no potencial do mar..Ruben Gonzalez conhece muito bem a realidade do surf nacional, ele que aos 40 anos continua a competir. "Sinto que levo o surf de uma maneira diferente, pois o meu tempo não é 100% ligado a treinos complementares, ou treinos específicos para a competição, tenho outras responsabilidades. Mas acaba por se tornar um desafio conciliar tudo, manter-me em forma, acompanhar um pouco a evolução e estar ao nível dos mais novos", conta..E com Cascais a receber, a partir do dia 4, a decisão do título nacional, em quem aposta o tetracampeão, entre os sete fortíssimos candidatos? "Miguel Blanco e Vasco Ribeiro são as minhas apostas. Ponho as minhas fichas num dos dois. Estão muito em forma. Estão a apresentar um excelente nível de surf.".Sete candidatos ao título.Sete surfistas chegam à última etapa em condições de conquistar o título nacional. Cascais irá decidir o campeão, que receberá o muito desejado wildcard para o Meo Rip Curl Pro Portugal e assim estará entre a elite mundial em Peniche. As decisões estão agendadas para os próximos dias 4 a 6 de outubro..Vasco Ribeiro (tetracampeão nacional), Pedro Henrique (campeão em 2016), João Kopke e Miguel Blanco já só dependem deles próprios para chegar ao título. Se um deles ganhar no Bom Petisco Cascais Pro, será campeão sem serem precisas mais contas. Já Tomás Fernandes, Filipe Jervis e Marlon Lipke terão de esperar por resultados de terceiros, mas ainda pode acontecer quase tudo... Fernandes e Jervis precisam de vencer e esperar que Vasco Ribeiro e Miguel Blanco não cheguem à final. Já Lipke tem de ganhar e esperar que Vasco Ribeiro não passe dos quartos-de-final, que Miguel Blanco não vá à meia-final e que João Kopke e Pedro Henrique não se apurem para a final..A verdade é que o campeonato deste ano tem sido muito equilibrado. Miguel Blanco venceu o Allianz Ericeira Pro, Marlon Lipke foi o melhor no Renault Porto Pro, com Vasco Ribeiro a ganhar o Allianz Sintra Pro. Já o espanhol Gony Zubizarreta venceu o Allianz Figueira Pro e é ele quem lidera o ranking da Liga Meo Surf. Basta o nono lugar para garantir a liderança e só Vasco Ribeiro o poderá desalojar. O campeão nacional terá então acesso à etapa portuguesa do circuito mundial de surf, que está marcada para acontecer entre os dias 16 e 27 de outubro, em Peniche..Na competição feminina, Camilla Kemp já é campeã nacional. A surfista ganhou duas das cinco etapas realizadas, surgindo em Cascais como a vencedora de 2017.
Aos 22 anos, Miguel Blanco está a confirmar com resultados o potencial que há muito lhe é reconhecido. O objetivo de chegar ao top 100 no circuito de qualificação para entrar na elite mundial está atingido, falta agora o título nacional, que está à distância de uma vitória e em casa. É em Cascais que tudo se irá decidir, nas praias onde Blanco se fez surfista. O momento ganha contornos especiais e há que não esquecer que à espera do campeão está um wildcard que dará acesso à etapa portuguesa do circuito mundial, em Peniche.."Vai ser muito bom competir em casa, onde eu cresci. É ótimo ter ainda uma janela aberta e só depender de mim. Tenho de fazer o meu surf e esperar o melhor", referiu ao DN. Uma vitória no Bom Petisco Cascais Pro - que se realiza entre 4 e 6 de outubro no Guincho ou em Carcavelos, dependendo das condições do mar - garante o primeiro título para Miguel Blanco, mas a concorrência é muita e forte. Ao todo são sete os candidatos, quatro a dependerem deles próprios para se sagrarem campeões..Miguel Blanco não tem dúvidas: "Vai ser renhido. Não se podem cometer erros." Apesar de ter adversários mais experientes, o surfista rapidamente garantiu que ansiedade ou nervosismo não fazem parte do seu estado de espírito. "Vou confiante para a etapa. Depois desta rodagem de campeonatos WQS, uma pessoa está bastante focada. Estou com bom nível. Não há esse tipo de emoções", realçou. A possibilidade de poder estar entre a elite mundial em Peniche no Meo Rip Curl Pro Portugal (de 16 a 27 de outubro) é algo que está bem presente no pensamento: "Claro que penso nisso. É uma motivação extra para lutar pelo título.".Ainda nesta semana, Blanco esteve no EDP Billabong Pro Ericeira, tendo sido eliminado na segunda ronda. Ocupava o 94.º lugar no circuito de qualificação e apesar de o título nacional ser um desejo, chegar ao WCT, onde está Frederico Morais, também ele um surfista de Cascais, é um dos objetivos de carreira. "É tudo um processo. Acabei de entrar no top 100 e uma pessoa vai melhorando dia após dia. Agora é consolidar o top 100 e seguir no ranking WQS", disse, admitindo que não sente pressa em chegar ao topo do surf mundial: "Há também a outra parte do free surf e das ondas grandes, com que eu também me identifico. Acho que não há que ter pressa. É um processo que demora o seu tempo, mas há que trabalhar todos os dias para lá chegar.".Se conseguir chegar ao título nacional, sucederá a mais um surfista de Cascais. Vasco Ribeiro já soma quatro, apesar de ter apenas 23 anos. A Linha tem sido um local onde muitos dos melhores surfistas nacionais começaram na modalidade, apesar de muito se falar de Peniche e da Ericeira. "Cascais só não tem o mesmo impacto que Peniche e Ericeira porque só tem ondas mais de inverno. Mas a verdade é que a qualidade das ondas de Cascais está ao mesmo nível. Só tem épocas diferentes em que as ondas são boas. É um excelente sítio, principalmente para a evolução de um surfista mais jovem, como foi o meu caso", explicou..Cascais com lugar na história.Para Ruben Gonzalez faz todo sentido que o campeão nacional seja decidido em Cascais. Afinal, terá sido nas praias da Linha que o surf em Portugal deu os primeiros passos. "Lembro-me de histórias muito antigas de ter sido em Cascais que foi feita a experiência de surfar uma onda com uma prancha", recordou ao DN. São muitos os surfistas que nasceram ou vivem em Cascais, uma tradição que se mantém, com os mais novos a continuarem a demonstrar muito talento..Frederico Morais e Vasco Ribeiro são os dois principais nomes, mas o tetracampeão nacional garante que há toda uma geração que tem tudo para alcançar bons resultados. De Carcavelos ao Guincho, são vários os tipos de onda que se podem encontrar em Cascais, o que faz da zona um local de eleição para muitos, mesmo que tenham origens mais a norte ou sul do país.."Temos aí ondas excelentes. Podem não ser as melhores do país, mas têm uma consistência enorme que, se calhar, em muitos lugares do mundo não se encontra", salientou Gonzalez, embaixador do surf de Cascais. Esta oferta das praias da Linha é também mais uma aposta turística para a região, com Ruben Gonzalez a referir como já há muito comércio e indústria a pensar no potencial do mar..Ruben Gonzalez conhece muito bem a realidade do surf nacional, ele que aos 40 anos continua a competir. "Sinto que levo o surf de uma maneira diferente, pois o meu tempo não é 100% ligado a treinos complementares, ou treinos específicos para a competição, tenho outras responsabilidades. Mas acaba por se tornar um desafio conciliar tudo, manter-me em forma, acompanhar um pouco a evolução e estar ao nível dos mais novos", conta..E com Cascais a receber, a partir do dia 4, a decisão do título nacional, em quem aposta o tetracampeão, entre os sete fortíssimos candidatos? "Miguel Blanco e Vasco Ribeiro são as minhas apostas. Ponho as minhas fichas num dos dois. Estão muito em forma. Estão a apresentar um excelente nível de surf.".Sete candidatos ao título.Sete surfistas chegam à última etapa em condições de conquistar o título nacional. Cascais irá decidir o campeão, que receberá o muito desejado wildcard para o Meo Rip Curl Pro Portugal e assim estará entre a elite mundial em Peniche. As decisões estão agendadas para os próximos dias 4 a 6 de outubro..Vasco Ribeiro (tetracampeão nacional), Pedro Henrique (campeão em 2016), João Kopke e Miguel Blanco já só dependem deles próprios para chegar ao título. Se um deles ganhar no Bom Petisco Cascais Pro, será campeão sem serem precisas mais contas. Já Tomás Fernandes, Filipe Jervis e Marlon Lipke terão de esperar por resultados de terceiros, mas ainda pode acontecer quase tudo... Fernandes e Jervis precisam de vencer e esperar que Vasco Ribeiro e Miguel Blanco não cheguem à final. Já Lipke tem de ganhar e esperar que Vasco Ribeiro não passe dos quartos-de-final, que Miguel Blanco não vá à meia-final e que João Kopke e Pedro Henrique não se apurem para a final..A verdade é que o campeonato deste ano tem sido muito equilibrado. Miguel Blanco venceu o Allianz Ericeira Pro, Marlon Lipke foi o melhor no Renault Porto Pro, com Vasco Ribeiro a ganhar o Allianz Sintra Pro. Já o espanhol Gony Zubizarreta venceu o Allianz Figueira Pro e é ele quem lidera o ranking da Liga Meo Surf. Basta o nono lugar para garantir a liderança e só Vasco Ribeiro o poderá desalojar. O campeão nacional terá então acesso à etapa portuguesa do circuito mundial de surf, que está marcada para acontecer entre os dias 16 e 27 de outubro, em Peniche..Na competição feminina, Camilla Kemp já é campeã nacional. A surfista ganhou duas das cinco etapas realizadas, surgindo em Cascais como a vencedora de 2017.