Mesquita Machado nega agressão a mulher
Hoje de manhã, cerca de 50 habitantes de Merelim S. Pedro quiseram assistir à reunião do executivo camarário para confrontar Mesquita Machado com um alegado compromisso oral do autarca de doar à freguesia o edifício da antiga escola primária.
Este compromisso, segundo os populares, foi assumido numa altura em que a Junta de Freguesia era socialista mas foi "esquecido" com a "mudança de cor" na presidência da freguesia. O edifício acabou por ser cedido a uma associação presidida pelo antigo presidente da Junta.
Habitantes de Merelim estiveram na Câmara para confrontar Mesquita Machado durante a reunião do executivo, mas apenas entraram cerca de 20 na sala de reuniões, tendo sido barrada a entrada aos restantes e à comunicação social, por "questões de segurança".
Quem não entrou manifestou desagrado e o autarca deslocou-se à porta da sala para "saber o que se passava", explicou mais tarde Mesquita Machado, na habitual conferência de imprensa depois da reunião camarária.
"Ouvi vozes mais altas e fui ver o que se passava. Vi pessoas a proferirem alguns insultos em tom exaltado. Pedi para identificarem uma pessoa, porque entendi que os insultos ultrapassavam os limites razoáveis", explicou Mesquita Machado.
A pessoa identificada, uma mulher, afirmou depois ter sido agredida pelo autarca, mostrando um braço com hematomas alegadamente resultantes de um "apertão" que, garantiu, Mesquita Machado lhe deu.
"É falso que tenha agredido seja quem for. Para ser, tem que provar que foi. Tenho a consciência tranquila", afirmou o autarca, quando confrontado pelos jornalistas.
Já sobre o edifício da escola desativada, Mesquita Machado disse que o assunto "foi tratado da mesma forma que outros semelhantes no concelho".
Segundo o autarca, "houve um compromisso de doar o edifício à Junta de Merelim S. Pedro, mas apenas se fosse aprovado um projeto de uma associação para a ocupação do edifício"
Projeto esse que não foi aprovado e, defendeu Mesquita Machado, "por isso cessou esse compromisso", acabando o equipamento por ter sido cedido em regime de comodato a uma associação de reformados que "fez diligências para que lhe fosse cedido o local".
Os populares que hoje se deslocaram à sede da autarquia contestam esta opção e acusam a autarquia de "ter mudado de ideias porque a junta passou a ser do PSD".
Em declarações à Lusa, o secretário da Junta de Freguesia de Merelim S. Pedro, Armindo Oliveira, afirmou que "enquanto o PS mandava, a escola era para a freguesia e só agora é que é para uma associação".
Este responsável apontou ainda como "curioso" o facto de o presidente desta associação "ser o antigo presidente socialista da junta".
Para o líder da oposição, Ricardo Rio, "este caso mostra a forma discriminatória como a Câmara trata as juntas de freguesia da coligação".