Membros do grupo Pussy Riot detidas por protesto não autorizado
Segundo o portal russo na Internet Mediazona, a detenção dos dois membros do grupo feminista 'punk' russo Pussy Riot foi desencadeada pela participação no protesto de domingo, durante o qual exibiram uma grande faixa com a frase "Libertem Sentsov".
A ação de protesto não teria autorização das autoridades.
Uma das detidas, Maria Alekhina, publicou nas redes sociais uma imagem em que surge com a faixa, explicando que esta foi colocada numa ponte a poucos quilómetros da prisão siberiana em que o cineasta ucraniano Oleg Sentsov está a cumprir uma pena de prisão de 20 anos.
"Colocamos [a faixa] na ponte (sobre o lago Saisara) para que fosse visível para os transeuntes e para os residentes dos prédios mais próximos", escreveu Maria Alekhina, que ficou conhecida internacionalmente quando, na companhia de outros elementos do grupo, entrou encapuzada em fevereiro de 2012 na catedral do Cristo Redentor (ortodoxa) em Moscovo e cantou uma canção de protesto na qual pediam à Virgem para "perseguir" o Presidente russo, Vladimir Putin.
Por causa deste protesto, Maria Alekhina seria condenada a dois anos de prisão. Foi libertada em 2013 ao abrigo de uma amnistia.
Segundo o Ministério Público russo, o cineasta ucraniano Sentsov, de 40 anos, oriundo da península Crimeia, criou um grupo terrorista após a anexação russa daquela península ucraniana em março de 2014.
A Academia de Cinema Europeu chegou a pedir ao Presidente da Rússia informações sobre o caso de Sentsov, numa carta que foi assinada por reconhecidos realizadores como o espanhol Pedro Almodóvar, o britânico Ken Loach e o alemão Wim Wenders.
O cineasta ucraniano participou ativamente no movimento que ficou conhecido como "Euro-Maidan", as múltiplas manifestações no centro de Kiev que levaram à destituição em fevereiro de 2014 do ex-Presidente da Ucrânia, o pró-russo Viktor Yanukovych.
Para Maria Alekhina, o caso de Sentsov é "um dos casos políticos mais importantes na história contemporânea" da Rússia.