Membro do IRA escapa a julgamento por erro judicial
John Anthony Downey, de 62 anos, foi detido em maio de 2013 no aeroporto londrino de Gatwick, mais de 30 anos após um dos atentados mais brutais do Exército Republicano Irandês (IRA).
A 20 de julho de 1982, uma bomba escondida num automóvel perto de Hyde Park, no coração de Londres, explodiu no momento em que passavam membros da cavalaria real que participavam no famoso render da guarda do Palácio de Buckingham.
Quatro soldados morreram e perto de 20 ficaram feridos na explosão, que provocou ainda a morte de sete cavalos.
O suspeito número um do atentado foi, desde a primeira hora, John Anthony Downey, que no entanto sempre negou qualquer responsabilidade e nunca foi extraditado da Irlanda, até ser detido numa passagem por Londres.
Mas esta quarta-feira o juiz Nigel Sweeney do tribunal de Old Bailey ordenou o abandono de todas as investigações contra o suspeito por causa de um documento oficial da polícia da Irlanda do Norte que este recebeu, em 2007, no qual lhe eram dadas garantias de que não havia qualquer investigação pendente nem mandados emitidos em seu nome.
O facto de o suspeito ter recebido este documento por engano, uma vez que, de facto, a Scotland Yard tinha em seu poder um mandado de captura para Downey, não alterou a interpretação do tribunal. Nem os protestos das famílias das vítimas ou o pedido de desculpas formal da parte da polícia da Irlanda do Norte alteraram a situação.
Esta decisão judicial pode ainda ter consequências noutros processos ligados aos conflitos da Irlanda do Norte. Após a decisão do tribunal o partido nacionalista Sinn Fein fez saber que outras 187 pessoas consideradas suspeitas e que atualmente se encotram em parte incerta têm em seu poder cartas semelhantes. O caso de Downey arrisca-se assim a fazer jusrisprudência se outras detenções vierem a acontecer.