Os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias pouparam este ano ao Estado e às famílias 362 milhões de euros, segundo dados divulgados por associações, que lançam esta quarta-feira um "contador online" com o valor dessa poupança..Dados avançados à Lusa estimam que, de janeiro de 2011 a agosto de 2020, os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias geraram poupanças superiores a quatro mil milhões de euros..As poupanças conseguidas para o Estado e utentes com a dispensa de genéricos têm apresentado "um crescimento significativo de ano para ano"..Em 2018 a poupança foi de mais 22,8 milhões de euros do que no ano anterior, em 2019 de mais 23,3 milhões de euros. Este ano, até agosto, comparativamente com o período homólogo o aumento foi de 12,7 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 4,3%.."Os medicamentos genéricos são ainda mais importantes em épocas de crise, como esta que estamos a viver, pois além da qualidade inquestionável, são financeiramente acessíveis, permitem tratar mais cidadãos e são um pilar da sustentabilidade financeira do SNS", afirma o presidente da APOGEN, João Madeira, citado no comunicado..O presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, adianta, por seu turno, que "as poupanças com os medicamentos genéricos permitem ao Estado libertar recursos para financiar o acesso à inovação terapêutica, que é imprescindível, mas tem custos muito elevados".."Os farmacêuticos portugueses estão sempre do lado da sustentabilidade do SNS e da igualdade dos cidadãos no acesso à Saúde", declara Paulo Cleto Duarte..A ANF e a APOGEN apelam ao Estado para criar condições para "a sustentabilidade da cadeia de valor que produz, distribui, comercializa e dispensa medicamentos genéricos, porque isso é indispensável à sustentabilidade do SNS e ao direito fundamental dos cidadãos à proteção na Saúde"..Segundo a HMR - Health Market Research, os genéricos mais vendidos em Portugal são para o tratamento do colesterol elevado, seguidos dos medicamentos utilizados para diminuir a acidez do estômago, curar ou facilitar a cicatrização da úlcera e prevenir ou tratar qualquer inflamação na mucosa do trato gastrointestinal..Em terceiro lugar encontram-se os medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor, e em quarto lugar os analgésicos não narcóticos e antipiréticos..O último relatório do Infarmed sobre a "Monitorização do consumo de medicamentos em meio ambulatório" indicava que, em junho deste ano, o preço médio dos medicamentos de marca era de 17,16 euros, enquanto o preço médio dos medicamentos genéricos é de 7,35 euros, uma redução de 57%..A nível hospitalar, o preço médio dos medicamentos não protegidos por patente, onde se incluem os genéricos, é, em média, de 1,76 euros o que representa uma redução superior a 90% relativamente ao preço dos medicamentos de marca protegidos por patente, cujo preço médio é de 19,34 euros, segundo dados da IQVIA Portugal.