Mecânico Mário Patrão ajudou Paulo Gonçalves
A penalização de 39m56s a Paulo Gonçalves acabou por tirar brilho à ajuda de Mário Patrão. O mecânico de Seia, que aproveita "os intervalos para treinar ou competir", ajudou o português da Honda a reparar a moto na véspera (depois de um arbusto ter furado o radiador e obrigar a parar).
Os conhecimentos mecânicos do compatriota foram essenciais para o piloto da Honda se manter no Dakar, já que não precisou mudar o motor e assim evitou uma penalização de 15 minutos."Não fiz nada que não mande o verdadeiro espírito do Dakar e a minha forma de estar na vida. O Paulo Gonçalves, mais do que um adversário, é um amigo que tem dado muito a este desporto. Em etapa maratona não dispomos de assistência mecânica, mas entre nós podemos reparar as motos. Ajudei o Paulo naquilo que me foi possível. Ele está em prova e isso é o mais importante", contou ao DN o piloto de Seia.
A verdade é que nem todos os pilotos sabem de mecânica, mas para Patrão isso tem sido útil. "Além de as sabermos conduzir e tirar o maior partido delas também é importante saber lidar com a mecânica. No Dakar, então, é mesmo muito importante. Podemos parar a meio de uma etapa e termos de nos desenrascar para poder seguir em prova. Tive esse exemplo nos últimos três anos", contou o piloto, que tem um negócio de motos em Seia.
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Está no rali a título particular, sem equipa. O que torna a missão de chegar ao fim mais difícil: "O meu Dakar não começa na partida. Até chegar à partida faço outro Dakar, uma prova de esforço em conseguir chegar a todos os meios possíveis para poder estar à partida. Envolve um esforço financeiro muito elevado, insuportável para muitos que têm o sonho de cá chegar. Tenho tido o grande apoio dos patrocinadores, família e amigos."
Esta é a 4.ª participação seguida de Mário Patrão, que começou em 2013 com um projeto pioneiro de levar uma Suzuki ao final e conseguiu o objetivo durante dois anos (30.º). Este ano quer melhorar. "Estou com KTM, a vencedora das últimas 14 edições, com o objetivo de estar no Top 20 final e de vencer a classe Maratona. Estamos no bom caminho, estou em prova, em luta pelo top 15 da geral e pela vitória na classe a pouco dias do final. Por isso, o balanço é muito positivo, tendo em conta as diferenças entre um piloto privado e um oficial", lembrou o piloto de Seia, o 19.º mais rápido ontem e 16.º da geral.