Marlene Wind, a professora dinamarquesa que provocou Puigdemont
"Cara Marlene Wind. Obrigado por ter desmascarado esse fantoche. Declaro-me um dos seus fãs", escreveu um espanhol no Twitter desta professora dinamarquesa, que na segunda-feira não hesitou em fazer as perguntas difíceis a Carles Puigdemont, o ex-presidente da Generalitat, num debate em Copenhaga.
"Democracia é só votar ou também é respeitar o Estado de Direito? Que fazemos com os 50% de catalães que não são independentistas. Não tem medo de polarizar a sociedade? Se tiver sucesso na Catalunha e outras regiões seguirem o seu exemplo, uma Europa com 100 ou 200 nações, com uma só identidade e uma só língua, não é balcanizar o continente?" Estas foram apenas algumas das perguntas que a diretora do Centro de Política Europeia da Universidade de Copenhaga, anfitriã do debate, lançou a Puigdemont.
"Tomou-nos como reféns do seu circo. Puigdemont é muito hábil a apresentar-se como vítima do governo espanhol", disse Wind numa entrevista ao jornal El País. "Pediram-nos hospitalidade e demo-la, mas não o convidámos. A universidade deve ser um lugar de debate, mas se não tivéssemos feito perguntas difíceis, isto teria sido pura propaganda", indicou.
Puigdemont, que se autoexilou em Bruxelas para escapar à justiça espanhola, deixou na segunda-feira a capital belga pela primeira vez em quase três meses. Na agenda estava o debate na Universidade de Copenhaga, além de um encontro com deputados dinamarqueses.
"Sei que fui muito dura, mas era essa a minha intenção", disse Wind ao jornal El Español, acrescentando não ter ficado convencida com as respostas de Puigdemont. "Tentou escapar a todo o momento", afirmou. "È verdade, ele esperava uma atmosfera muito mais amigável e não foi assim. Em qualquer caso, o ambiente foi muito bom e ele, apesar de tentar escacpar, não recusou nenhuma pergunta", referiu.