Mariana Mortágua. "Vamos ser governo? Estamos prontos"
"Perguntam-nos se queremos ser governo? Sim, queremos. Perguntam-nos se vamos ser governo? Estamos prontos". Mariana Mortágua falou esta manhã aos delegados da XI Convenção do partido, para sublinhar o papel dos bloquistas nesta legislatura
Para a deputada bloquista, a proposta de Centeno com que o PS se apresentou em 2015 às eleições "já era o plano de Bruxelas", ainda antes de Centeno ser ministro das Finanças - o congelamento das pensões, um regime de liberalização dos despedimentos. Recordando que Centeno colocava como alternativas, para a sustentabilidade da Segurança Social, o crescimento do emprego ou o corte de pensões, a deputada reclamou para os bloquistas a inversão desta trajetória no executivo. "Eram erradas e ainda bem que as impedimos".
Já noutras áreas foi mais difícil inverter o rumo, apontou a deputada, avançando o exemplo do Novo Banco, que deveria ter ficado sob a alçada do Estado, o que não aconteceu por "cedência do PS".
Antes, outro dirigente bloquista, Jorge Costa, defendeu perante os delegados que, no próximo ano, a "campanha do poder do capital" será uma campanha pela maioria absoluta do PS. "Eles não nos perdoam. Eles olham para esta legislatura e não nos perdoam", afirmou o bloquista, defendendo que "o capital quer que esta legislatura seja um parêntesis" - e, quando "olha para o estado da direita, sabe que só uma maioria absoluta do PS" pode impedir os partidos da esquerda de chegar novamente ao poder. E citou Francisco Van Zeller ("Se Costa tiver maioria absoluta despeja rapidamente o Bloco de Esquerda e o PCP") e Soares dos Santos ("O BE e o PCP" só atrapalham") para "avisar" os bloquistas: "Preparem-se para essa campanha".
Para o bloquista, as críticas dos patrões provam que o percurso do partido valeu a pena: "Alguma coisa andámos a fazer bem nos últimos tempos".