Maria de Belém volta a atacar PS e apela ao voto útil

Direção do PS de novo na mira da candidata por alegadamente estar mais empenhada em Nóvoa no que na sua candidatura
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"Voto útil é o voto na minha candidatura", afirmou hoje ao almoço, em Gimonde, Bragança, a candidata, que garante ter um perfil que alcança mais eleitores do que Sampaio da Nóvoa.

E isto porque, argumentou, consegue alcançar "um espetro mais alargado" do eleitorado do que Sampaio da Nóvoa dado o seu longo currículo político e qualidades de "tranquilidade, sensibilidade e sensatez". Quanto ao ex-reitor, acrescenta, "não sabemos como vai desempenhar" o cargo em Belém porque nunca na vida teve um cargo político.

"Era o que faltava que fosse mais importante apoiar um independente do que um socialista", disse. Garantiu logo de seguida que a qualidade de militante do PS não lhe tira independência para ser presidente ("não são coisas incompatíveis").

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"Evidentemente que eu, pelo facto de ser socialista, não posso ser considerada como menos digna do apoio dos socialistas, era só o que faltava, que agora fosse mais importante apoiar independentes do que socialistas e que os militantes socialistas tivessem de ficar para trás, não havendo nenhuma razão para que isso aconteça", disse.

Naquele que foi o discurso mais duro que até agora fez na campanha, a candidata sublinhou que pelo facto de ser militante socialista não pode ser considerada menos digna do apoio dos próprios socialistas ou discriminada.

"Evidentemente que eu, pelo facto de ser socialista, não posso ser considerada como menos digna do apoio dos socialistas, era só o que faltava, que agora fosse mais importante apoiar independentes do que socialistas e que os militantes socialistas tivessem de ficar para trás, não havendo nenhuma razão para que isso aconteça", disse.

"O PS sempre abriu as suas portas aos independentes, mas não pode discriminar relativamente aos seus militantes, tratando melhor os independentes ou considerando que são mais aptos os independentes", acrescentou.

Recuperando o discurso que fez domingo à noite em Arcos de Valdevez, em que se assumiu como candidata socialista, Maria de Belém Roseira reiterou ser uma militante do PS na campanha e com autonomia relativamente a qualquer apoio partidário.

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"É uma candidatura cidadã que não esconde o facto de ter opções político-ideológicas", disse, afirmando-se "socialista com muito gosto e com muita honra" e "socialista por opção".

"Não tenho vergonha de ser e de ter sido militante partidária com o exercício de muitos cargos de responsabilidade, outros sem essa visibilidade", acrescentou.

Contudo, ressalvou, numa campanha para a Presidência da República, os candidatos não se dirigem apenas aos militantes, mas à sociedade em geral.

"A minha candidatura desde o princípio se assumiu como independente, porque não é incompatível ser independente e ser militante de um partido", sustentou.

Além disso, defendeu, o facto de ser possível escrutinar o seu desempenho durante várias dezenas de anos garante confiança no eleitorado que vai para além do PS e, porventura, esse seu desempenho, a sua forma de estar, a sua "serenidade", a sua "sensatez", "é capaz de ir buscar mais votos a um espectro mais alargado do que o de outros candidatos, designadamente aqueles que se situam em áreas próximas" da sua, "mas que não têm este desempenho e que nunca o tiveram".

"E que, portanto, não sabemos como é que vão desempenhar o papel por muitas promessas que neste momento sejam feitas em campanha eleitoral", rematou.

Com Lusa

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