O Presidente da República afastou esta segunda-feira a ideia de um novo confinamento para responder ao aumento de casos de covid-19, afirmando que a "situação não aponta para isso" e "não tem comparação" com a de "há um ano"..Falando aos jornalistas depois de ter participado numa conferência no ISCTE, intitulada "O futuro do trabalho visto pelos jovens", Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a situação atual "não tem paralelo" nem "comparação com a situação de há um ano", nem quando pôs termo ao estado de emergência, em abril passado.."Portanto, não entremos naquilo que às vezes são os portugueses, que é 08 ou 80. Entre 08 e 80, há 09, há 10, há 20, há 30, há 40", referiu..Questionado se pode haver então um mini-confinamento, o chefe de Estado respondeu: "Não, eu estou a dizer precisamente o contrário, que não faz sentido neste momento estar a falar em 80, quando a situação é uma situação que não aponta para isso neste momento"..Abordando a situação atual, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o país tem "duas frentes": "a frente da vacinação covid - que vem também, em simultâneo, com a vacinação da gripe - e depois a frente da recuperação dos problemas de saúde que ficaram em afetados, congelados, atrasados, prejudicados, durante mais de um ano e meio"..No que se refere ao atual processo de vacinação, o chefe de Estado frisou que Portugal percebeu "muito mais cedo do que toda a Europa" que "mais vale garantir a vacinação rápida daqueles que são mais vulneráveis numa corrida contrarrelógio, do que eles estarem a perder anticorpos ou resistências"..Referindo-se assim à inoculação das terceiras doses das vacinas contra a covid-19, o chefe de Estado salientou que as pessoas "estão a acordar" para a ideia de que "é preciso acelerar aquilo que já estava em marcha".."Eu encontrei muita gente da minha idade que me dizia: 'a mim bastam-me duas', (...) 'que diabo, isto é capaz de ser um exagero, outra vez esta vacinação'. E foi bom que as pessoas percebessem que tinham mesmo de vacinar", referiu..O Presidente da República reagiu assim ao anúncio do Governo de que espera reforçar os meios de vacinação esta semana afirmando que, apesar de as pessoas "durante um tempo" terem "faltado à chamada", estão agora a "aparecer em massa".."Isto obriga a um reforço dos meios e, em boa hora, foi decidido reforçar os meios. O objetivo é acelerar a vacinação para o bem de todos", referiu..Interrogado ainda sobre as medidas que o Governo está atualmente a ponderar para mitigar o aumento de casos de covid-19 -- o primeiro-ministro irá receber esta terça e quarta-feira os partidos com assento parlamentar para discutir a situação epidemiológica -, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que não pode "antecipar" uma opinião sobre medidas que ainda não foram anunciadas.."Vou respeitar este espaço de tempo. O Governo vai ouvir os partidos nos próximos dias, e depois vai decidir. Acho que tudo o que o Presidente da República dissesse agora era mal vindo porque era prematuro, antecipava-se aos partidos e ao Governo", referiu.