Marcelo e Cavaco juntos nos 25 anos dos helicópteros da Marinha
O 25º aniversário dos helicópteros Lynx da Marinha, na base aérea do Montijo, contribuiu esta terça-feira para o ambiente de aparente distensão mútua entre o Presidente da República e o antecessor, a quem Marcelo chamou "pai da esquadrilha".
Após recentes trocas de comentários críticos entre Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva, a propósito da não recondução de Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República ou sobre o veto governamental de 1992 a um livro de José Saramago, ambos estiveram sorridentes na evocação da importância daquele sistema de armas para a evolução da Marinha.
"Foram 25 anos, iniciados na governação do então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, por isso aqui hoje, a muito justo título, homenageado", assinalou o Chefe do Estado, que condecorou a esquadrilha com a Ordem do Infante D. Henrique.
Tendo também em pano de fundo várias polémicas envolvendo militares e as Forças Armadas, Marcelo fez questão de enfatizar que a instituição castrense é "motivo de orgulho para os portugueses" - para o qual "todos, dos menos aos mais responsáveis, devem contribuir para sublinhar dia após dia".
"Os portugueses reveem-se e confiam nas suas Forças Armadas. A relevância da sua missão, os seus valores e princípios, o firme sentido do dever, e o seu exemplar desempenho na defesa da nossa soberania, prestigiam Portugal e constituem motivo de orgulho para todos os portugueses", realçou o Presidente.
A esquadrilha dos helicópteros Lynx foi inaugurada em 1993 pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva na base área do Montijo, no âmbito da aquisição das fragatas da classe Vasco da Gama.
Isso mesmo foi sublinhado pelo chefe do Estado-Maior da Marinha, almirante Mendes Calado, ao lembrar que a chegada daquelas fragatas "determinou uma profunda transformação" do ramo devido ao "salto tecnológico que permitiram e por todas as novas oportunidades de emprego operacional".
"Revisitar 25 anos de atividade da esquadrilha de helicópteros é, pois, recordar as mais de 23 000 horas de voo realizadas em missões de defesa militar e de apoio à política externa" do Estado "ou, ainda, no âmbito da segurança e autoridade do Estado no mar" - no âmbito do apoio que a Marinha presta às autoridades civis.
Para isso também contribuiu em muito a Força Aérea, reconheceu Mendes Calado, agradecendo o apoio recebido em matéria de segurança de voo, meteorologia, assistência e socorro a aeronaves, abastecimento e armazenamento de combustível, segurança militar ou uso das messes e clubes na base aérea do Montijo.