Marcelo diz que mudança da hora não é um tema vital para a UE

Presidente afirmou esta sexta-feira que a proposta para abolir a mudança de hora "não foi um tema considerado vital" no encontro de líderes do chamado grupo de Arraiolos, em Riga, na Letónia
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No final do encontro dos presidentes sem poderes executivos da União Europeia, o chamado grupo de Arraiolos, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a diferença de fusos horários não é uma questão e desvaloriza até a iniciativa da Comissão Europeia para abolir a mudança de hora.

"Estávamos aqui, no fundo, [13] chefes do Estado de países com horas diferentes - e várias horas de diferença -, havia pelo menos três horas diversas, condicionando os calendários de todos nós e isso não foi considerado um problema", disse, considerando que não se trata de um tema prioritário, quando há outras questões por resolver.

"Se é em termos europeus [um tema] mais importante do que o quadro financeiro plurianual, não é certamente. Se é mais importante do que a discussão sobre prevenir crises económicas e monetárias, não é certamente, do que as migrações e refugiados", defendeu, considerando porém que, se "depois de resolvido tudo isso ou simultaneamente, for possível debater esse ponto [da mudança de hora], veremos".

"Não debatemos essa matéria. Curiosamente, tendo debatido tudo o que se podia imaginar, não foi um tema que fosse considerado vital, ao ponto de se falar nele", relatou o presidente da República.

Eleições europeias

"É muito importante para a União Europeia [ter] um Parlamento Europeu que não fique muito fragmentado e uma Comissão Europeia que seja forte", considerou o presidente, destacando como igualmente importante que a formação do futuro executivo comunitário "não demore muito tempo".

"Porque se não a própria transição de pacotes financeiros sofre", vincou, considerando que assim também "sofre a Europa e o papel da Europa no mundo".

Populismo

A referir-se à campanha que se avizinha, até às eleições de maio de 2019 para o Parlamento Europeu, Marcelo considerou que "aquilo que se deseja é uma forte participação dos europeus no voto e haver um debate muito aberto. E, aqueles que defendem a Europa com uma reforma profunda e mais atenta aos europeus ganhem uma voz mais forte".

"A maneira de combater os populistas não é estar a dizer que, por que existem, são negativos e ignorar as causas desses populismos. Isso deve ir para debate na campanha europeia. A campanha vai começar muito cedo e vai ser muito longa e vai ser muito importante em todos os países da Europa", defendeu.

O fórum dos presidentes do chamado grupo de Arraiolos reuniu-se pela 14ª vez, contando com a presença de presidentes da Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Letónia, Malta, e Polónia, além do presidente português e o do país anfitrião, a Letónia. No próximo ano a reunião será na Grécia. Portugal voltará a receber o grupo de Arraiolos, em 2020, com um encontro em Lisboa.

Em Riga

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