Jorge Sampaio defende via verde para estudantes refugiados

Antigo presidente da República Jorge Sampaio defende exportação do modelo português de apoio aos estudantes sírios saídos da guerra.
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Portugal "tem capacidade para receber" novos estudantes estrangeiros para o ensino superior e vai receber "mais sete mil" no próximo ano letivo, disse esta quinta-feira o secretário de Estado da tutela.

João Sobrinho Teixeira deu essa informação numa iniciativa do Instituto Camões com o antigo presidente da República Jorge Sampaio, a que assistiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para falar sobre a necessidade de criar "uma via verde" para alunos do ensino superior em países afetados por guerras, conflitos ou catástrofes naturais.

Sampaio, fundador e presidente da Plataforma Global para Estudantes Sírios (criada em 2013), considerou o sucesso dessa iniciativa como um exemplo de "boas práticas para exportação" - no fundo, mais um contributo dos portugueses em prol da comunidade internacional.

O programa já tem seis anos de existência e Sampaio admitiu que se "pode sempre aperfeiçoar o modelo", mas os resultados - de que é exemplo a tese de doutoramento a apresentar esta sexta-feira por um estudante sírio na Universidade de Aveiro - são sólidos e motivo de orgulho para Portugal.

O grande desafio passa pela sua sustentabilidade financeira, argumentou Jorge Sampaio, dizendo depois ao DN que o custo anual das bolsas de estudo para os estudantes do ensino superior abrangidos pela Plataforma ronda os sete mil dólares.

"Não há limites" para esses apoios financeiros, adiantou o antigo presidente da República, realçando a importância de ser criado um "grupo de amigos" - países ou mecenas - para alavancar aquele programa à escala global e aumentar a percentagem - "1%!", exclamou - de refugiados com educação superior.

Agradecendo o apoio dado pelo Governo português e em particular por Augusto Santos Silva, Jorge Sampaio disse ainda esperar que a recente nomeação de um embaixador para promover o ensino superior em situações de emergência irá facilitar a inclusão do tema na agenda internacional.

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