O rei Juan Carlos transferiu dois milhões de euros para a conta da amante Corinna Larsen, em 2009, para a compra de dois apartamentos de luxo nos Alpes suíços..Depois dos 65 milhões de euros de "presente" que terá passado para uma conta da amiga íntima e dos quase 2 milhões que lhe fez chegar para a compra de um duplex em Londres, o diário espanhol El Mundo (acesso pago), conta esta sexta-feira (24 de julho) que o agora rei emérito, alvo de investigação em Espanha e na Suíça, terá usado um testa-de-ferro, Duarte Canonica (também sob investigação), para a operação através de uma offshore no Panamá. Os dois milhões de euros tiveram como destino uma conta de Corinna Larsen, com quem Juan Carlos se começou a relacionar em 2004..As contas no Panamá foram abertas em abril de 2009, poucos meses antes de ter sido feita a transferência. Corinna Larsen afirmou perante o procurador suíço Yves Bertossa que se tratava de um empréstimo do rei. Os apartamentos na estância Villar-sur-Ollon foram comprados em outubro desse ano. Foi a fundação Lucum, a mesma de onde saíram os 65 milhões euros, que fez a transferência para as offshore do Panamá. Foi o que explicou a aristocrata alemã na sua declaração aos procuradores suíço em dezembro de 2018..O El Mundo acrescenta que Corinna Larsen explicou ainda que já possuía um apartamento nesta estância, próxima do colégio interno onde estudava o filho, Alexander. Por ser muito pequeno, decidiram comprar dois outros. Perante o procurador, Corinna Larsen afirmou ainda que devolveu o empréstimo a Juan Carlos..As offshore que serviam para que Juan Carlos alegadamente transferisse dinheiro para Corinna Larsen foram dissolvidas em 2013. A devolução do dinheiro da compra dos apartamentos na Suíça aconteceu em dezembro de 2010 o que coincide com outra transferência. Corinna recebeu quase 4,4 milhões de euros do governo do Kuwait na sua conta pessoal do Banco Mirabaud como "remuneração", segundo o El Mundo. Ao procurador, Corinna diz que era "correto"..Um segurança que dá ordens de pagamento.Esta sexta-feira, o El Confidencial acrescenta que uma membro da segurança de Juan Carlos foi usado para pagar uma conta da Fundação Zagatka, para fazer transferências para uma conta em Hong Kong e para pagar uma viagem à Polinésia Francesa..No Business Insider Espanha procuram responder à pergunta que fazem, por estes dias, muitos espanhóis: como é que o rei, um rapaz que tinha 10 anos quando Franco o chamou para viver em Espanha e lhe concedeu a coroa, enriqueceu? A lista inclui ofertas, o dinheiro que ganhou em 1973 quando cobrava uma comissão sempre que a Arábia Saudita vendia um barril a Espanha (um contrato que os governos do país aceitaram até 1996), 10 milhões oferecidos pelo Xá da Pérsia para a jovem democracia espanhola, 100 milhões da família reinante na Arábia Saudita e um iate (em 1979) e já no século XXI a alegada comissão saudita por facilitar o negócio do comboio de alta velocidade entre Meca e Medina com empresas espanholas. Do pai, Juan de Borbón, terá herdado 376 milhões de euros, guardados numa conta na Suíça..A investigação em curso alega que Juan Carlos terá feitos transferências de 100 mil euros de cada vez, da Suíça para Espanha, através dos seus braços direito: o advogado Dante Canonica e o gestor de fortuna Arturo Fasana. Voavam com malas de dinheiro para Espanha, diz o El Confidencial, citado pelo Business Insider. À lista de bens deve acrescentar-se ofertas que recebeu ao longo dos anos: carros, iates, motas, viagens, joias e outros objetos valiosos que até a Casa Real passar pela Lei da Transparência não eram registados.