Mais de uma centena de manifestantes exigiram esta sexta-feira, em Viana do Castelo, o fim da "duplicidade de critérios do Governo" ao não incluir a A28 no regime de reduções das portagens aplicado a ex-SCUT..A concentração, promovida pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e que decorreu junto ao pórtico de Neiva da autoestrada que liga Viana do Castelo ao Porto, contou com a presença de vários empresários do distrito, trabalhadores, do presidente da Câmara de Viana do Castelo e de vários presidentes de Juntas de Freguesia, bem como de representantes de partidos políticos..Além de "exigir a inclusão da A28 na lista de ex-scut que beneficiaram da redução do valor das portagens decidida pelo Governo", os manifestantes reclamaram ainda a eliminação do pórtico de Neiva daquela autoestrada, situada à entrada de uma zona empresarial, "por constitui um entrave aos movimentos pendulares, intra e inter concelhios, e penalizar quem produz e trabalha na maior zona industrial da região".."Estamos num local com um simbolismo enorme porque estarmos junto ao pórtico que reivindicamos a sua eliminação por estar junto a uma zona industrial. Tem tudo a ver com os bloqueios e constrangimentos que isto provoca ao normal funcionamento das empresas, nomeadamente, ao transporte de mercadorias e deslocação de trabalhadores", explicou o presidente da AEVC, Luís Ceia..O responsável, que é também o presidente da Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), sublinhou que a iniciativa, além de expressar o "desacordo pela forma discriminatória como o Alto Minho é tratado, pretendeu sensibilizar a tutela para a importância daquela via na relação comerciais com a Galiza.."Bloqueios destes podem pôr em causa relações de milhões. A economia espanhola é a primeira de relacionamento com Portugal e a Galiza, se fosse um país independente, era a oitava a nível mundial estamos a falar de coisas muito sérias que não podem ser bloqueadas por valores que nós consideramos residuais", afirmou Luís Ceia..O responsável especificou que "51 % das mercadorias transportadas com destino a Espanha entram através da Galiza e que 65 % das mercadorias transportadas por estrada no norte de Portugal são provenientes da Galiza".Revelou ainda que "a ponte sobre o rio Minho, entre Valença e Tui é a que tem, diariamente, mais tráfego de veículos ligeiros, reflexo da intensidade do movimento transfronteiriço"..Luís Ceia adiantou que a "um terço das empresas fornecedoras do grupo PSA Peugeot Citroën, instalado em Vigo, estão localizadas no norte de Portugal" e que "40% dos investimentos instalados no Alto Minho tem capital espanhol, nomeadamente da Galiza" e que, por ano, "passam pelo aeroporto Sá Carneiro, no Porto, mais de 600 mil galegos".."A não inclusão da A28 no regime de redução do valor das portagens significa uma injustiça para a situação concreta do Alto Minho, já duramente penalizado com a introdução de portagens em 2011, situação gravosa para as relações económicas, comerciais e turísticas do Alto Minho com a Galiza, que reduziu a atividade económica nos setores do comércio, restauração e hotelaria em cerca de 40%", sustentou.