Mais de 4000 militares e polícias evocam centenário do Armistício em Lisboa
O grande desfile militar com que Portugal assinala o centenário do Armistício, a 4 de novembro, envolve mais de 4100 soldados das Forças Armadas e da GNR e agentes da PSP.
A cerimónia presidida pelo Chefe do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, envolve ainda 160 antigos combatentes e 180 alunos do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército, 86 cavalos, centena e meia de viaturas e motos militares e das forças de segurança, 11 aeronaves e dois navios fundeados frente ao Terreiro do Paço.
Além de 80 representantes das Forças Armadas da Alemanha, dos EUA, Reino Unido - cujas tropas treinaram e enquadraram os militares do Corpo Expedicionário Português (CEP) - e França, o desfile inclui a participação de comandos e paraquedistas que participaram na missão das Nações Unidas na República Centro-Africana.
Segundo o mapa do evento organizado pela Liga dos Combatentes e o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), além da Presidência e do Ministério da Defesa, a cerimónia inicia-se às 11:00 com as honras militares prestadas à chegada de Marcelo Rebelo de Sousa e a revista às forças em parada ao longo da Avenida da Liberdade.
A homenagem aos militares mortos durante a I Guerra Mundial é assinalada com a deposição de uma coroa de flores e a passagem de quatro caças F-16, a que se segue o discurso do Presidente da República e a imposição de condecorações aos estandartes nacionais.
A cerimónia realiza-se uma semana antes da data oficial para o Presidente da República estar presente nas comemorações oficiais do centenário do Armistício de Compiègne, em França.
O fim da Grande Guerra é celebrado anualmente em Portugal pela Liga dos Combatentes, que também evoca este ano o 97º aniversário da sua fundação e os 44 anos do fim da guerra em África.
Portugal participou na frente ocidental da Grande Guerra ao lado dos aliados a partir de 1917 com o CEP, organizado em Tancos e que acabaria derrotado na Batalha de La Lys, a 9 de abril de 1918 - morrendo meio milhar de soldados e com mais de 7000 feitos prisioneiros.
Mas o envolvimento português na I Grande Guerra iniciou-se em 1914, com o envio de tropas para Angola e Moçambique, para fazer face aos ataques alemães.
A guerra mobilizou mais de 70 milhões de militares e resultou em quase dez milhões de mortos e o dobro de deficientes militares. Ao fim de quatro anos, as partes assinaram o cessar-fogo a 11 de novembro numa carruagem de comboio a norte de Paris.
A reunião teve lugar na floresta de Compiègne - daí o nome por que é conhecido o Armistício - entre as delegações lideradas pelo comandante-chefe das forças aliadas, marechal francês Ferdinand Foch, e pelo ministro de Estado alemão, Matthias Erzberger.