Registaram-se mais 602 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório diário desta quinta-feira (8 de abril) indica também que morreram mais 9 pessoas devido à infeção pelo SARS-CoV-2..Há agora mais sete pessoas internadas com a doença, das quais mais seis, num total de 122, em unidades de cuidados intensivos. É a primeira vez desde 8 de fevereiro, altura em que se estava num pico da pandemia, que sobem os internamentos, ainda que de forma ligeira, ao mesmo tempo que há mais pessoas em cuidados intensivos..A 8 de fevereiro a situação era, contudo, bastante diferente. Nesse dia registavam-se 6344 internamentos, mais 96 do que no dia anterior, e 877 pessoas em unidades de cuidados intensivos, mais 12 do que no dia 7 desse mês..Voltando ao boletim da DGS desta quinta-feira, regista-se também mais 602 pessoas recuperadas da doença e mais 395 contactos em vigilância. A região de Lisboa e Vale do Tejo mantém-se no topo das números de novas infeções, com mais 229 casos e três óbitos. A região norte tem menos novos casos, mais 189, mas supera em número de mortes, com seis pessoas a perderem a vida por causa da covid-19. A região centro tem mais 64 novos casos, a do Alentejo mais 16 e do Algarve mais 55 casos de infeção..No arquipélago dos Açores registam-se mais 31 novos casos de covid-19 e na Madeira mais 18, sem que tenham ocorrido mortes nas duas regiões autónomas..Portugal tem, atualmente, 25 839 casos ativos de covid-19, menos oito do que na quarta-feira, indica ainda o relatório diário da DGS no dia em que dezenas de personalidades da sociedade portuguesa lançaram um apelo público para que as vacinas contra a covid-19 sejam consideradas um bem de interesse comum e para que a Europa não submeta este processo às leis de mercado.."É incompreensível a falta de vacinas hoje observadas em Portugal e na Europa, que colocaram os cidadãos europeus em situação de subalternidade em relação aos produtores de vacinas. Os argumentos avançados pela Comissão Europeia relativamente à natureza dos contratos, à capacidade de produção existente e aos preços acordados não são aceitáveis", refere o manifesto..O documento a que a Lusa teve acesso - que conta com o antigo presidente do Infarmed, José Aranda da Silva, como principal impulsionador e subscritores tão diversos como as ex-candidatas à Presidência da República Ana Gomes e Marisa Matias, o antigo diretor-geral da Saúde, Constantino Sakellarides, ou o bispo Januário Torgal Ferreira -, alerta-se para a necessidade urgente de aumentar a velocidade do processo de vacinação a nível europeu..Um apelo que surge um dia depois da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) concluir que existe uma "possível relação" entre a vacina da contra a covid-19 da farmacêutica AstraZeneca e a formação de "casos muito raros" de coágulos sanguíneos..A diretora executiva da Agência Europeia do Medicamento (EMA), Emer Cooke, garantiu que o Comité de Segurança da organização confirmou que os benefícios da vacina AstraZeneca se sobrepõem aos efeitos secundários..Na sequência da posição do regulador europeu, os ministros da Saúde da UE reuniram-se ontem de urgência. No encontro, Jens Spahn, informou que Alemanha vai iniciar discussões com a Rússia para uma possível compra da Sputnik V, caso a vacina anti-covid-19 seja aprovada pelas autoridades europeias.."Expliquei, em nome da Alemanha, ao Conselho de ministros da Saúde da UE que iríamos discutir bilateralmente com a Rússia para saber, antes de mais nada, quando e que quantidades poderiam ser entregues", afirmou esta quinta-feira o ministro da saúde alemão sobre a vacina Sputnik V..Jens Spahn justificou a sua decisão explicando que a Comissão Europeia tinha anunciado que não negociaria em nome dos 27 a compra do fármaco Sputnik V, ao contrário do que tem feito com outras vacinas contra a covid-19, como a Pfizer/BioNTech.