Portugal ultrapassa 11 mil vítimas em dia com novo recorde de mortes

A atualização dos dados sobre a covid-19 indica que mais de metade dos novos casos situa-se em Lisboa e Vale do Tejo.
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Registaram-se mais 291 mortes por covid-19 e 10765 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, nas últimas 24 horas, estabelecendo novo recorde de óbitos, e um total de 11012. Estes dados surgem depois de nas últimas 72 horas terem falecido 801 pessoas de covid-19 no país, os números mais elevados desde o início da pandemia.

O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira indica também que há 6472 doentes hospitalizados, um aumento de 52 face ao dia anterior, dos quais 765 em unidades de cuidados intensivos (menos 2 do que na véspera).

Há também a realçar que houve mais recuperados (13728) do que novos infetados, pelo que o número de pessoas com covid-19 se situa agora em 167 381.

Na distribuição por regiões de novos casos regista-se um aumento apreciável em Lisboa e Vale do Tejo, ao ponto de as 5785 infeções representarem mais de metade do total nacional diário. Ainda assim, o Norte contabiliza mais casos, 289 212, seguido de Lisboa e Vale do Tejo com 227 893.

A pressão nos hospitais continua a aumentar, com o elevado número de internamentos de doentes infetados com o SARS-CoV-2, uma situação "real" e "preocupante", já admitiu a ministra da Saúde. Marta Temido, aliás, admitiu que Portugal poderá transferir doentes para o estrangeiro.

"O Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes", afirmou a ministra durante um programa de informação da RTP sobre a pandemia.

Marta Temido afirmou, no entanto, que é preciso ter a "consciência de que a situação europeia é toda ela preocupante".

No âmbito do combate à pandemia, o plano de vacinação contra a covid-19 vai abranger na próxima semana, além de bombeiros e forças de segurança, os titulares de órgãos de soberania, deputados e funcionários da Assembleia. Bem como "a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado, a magistratura do Ministério Público, os membros dos órgãos próprios das Regiões Autónomas e os presidentes de Câmara, enquanto responsáveis principais da proteção civil". A ordem vem em despacho ontem emitido pelo primeiro-ministro, António Costa, que enviou já as cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços.

"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o DN teve acesso.

O primeiro-ministro pede ao presidente da Assembleia que especifique os deputados, bem como a lista nominativa dos funcionários daquele órgão, "que devam ser considerados prioritários nesta fase". Nessa mensagem, esclarece ter já estabelecido também prioridades dentro do governo, "tendo em conta as competências na tutela de serviços essenciais, no combate à pandemia ou no exercício da Presidência Portuguesa da União Europeia". O despacho tem efeitos a partir desta terça-feira.

A nível global, a pandemia do novo coronavírus não dá sinais de abrandar. Desde que os primeiros casos foram detetados, já causou pelo menos 2 140 687 mortes no mundo entre os 99 631 810 infetados, conforme indica o balanço diário da agência France-Presse (AFP), feito com base em dados oficiais.

Só nas últimas 24 horas, registaram-se mais 9666 mortes e 492 081 novos casos da doença covid-19 em todo o mundo.

Desde o início da crise pandémica, pelo menos 60 485 100 pessoas em todo o mundo já foram declaradas como recuperadas e curadas da covid-19, segundo os dados reunidos pela AFP.

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