928 mortos e 24 027 infetados de covid-19 em Portugal. Casos sobem 0,68%
Em Portugal, nas últimas 24 horas, foram reportados mais 25 mortes e 163 novos casos de infeção pelo novo coronavírus. Os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados esta segunda-feira, 27 de abril, indicam que há no país um total de 24 027 infetados pelo novo coronavírus e 928 vítimas mortais.
Os números representam um aumento de 2,7% nos óbitos registados e uma subida de 0,68% nos casos de infeção. Há 1357 casos de pessoas que recuperaram da doença, mais 28 em relação a domingo.
O boletim diário da DGS refere ainda que estão internadas 995 pessoas (menos 10 do que no domingo), destas 176 (menos seis) encontram-se nos cuidados intensivos. Aguardam resultados laboratoriais 5091 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde 30 703.
Os dados sobre o número de pessoas infetadas com o novo coronavírus mostram que 86,3% estão em tratamento domiciliário.
"A taxa de letalidade global situa-se nos 3,9% e acima dos 70 anos é de 13,8%", informou o secretário de Estado da Saúde, António Sales, esta segunda-feira, durante a conferência de imprensa diária, que dá conta da situação da pandemia em Portugal.
A região Norte continua a ser aquela que regista o maior número de casos e de mortos devido ao novo coronavírus, com 14 996 pessoas infetadas e 536 óbitos.
Já a região Centro regista 3252 casos confirmados e 191 mortes e Lisboa e Vale do Tejo tem 5556 casos e 179 vítimas mortais. O Algarve tem 328 casos e 12 óbitos, o Alentejo 189 pessoas infetadas e uma morte, enquanto os Açores têm 120 casos confirmados e 9 óbitos e a Madeira 86 pessoas infetadas, mas sem registo vítimas mortais, segundo os dados do boletim epidemiológico da DGS, com dados até às 24:00 de domingo, com atualização feita esta segunda-feira às 11:00.
Lisboa continua a ser o concelho com mais casos confirmados de covid-19. São 1413 (mais 7 face ao dia anterior). Segue-se Vila Nova de Gaia, com 1263, e o Porto, com 1211, concelhos que mantêm o número de infetados em relação a domingo.
O aumento de 25 mortos de domingo para segunda-feira registou-se sobretudo na faixa etária a partir dos 80 anos. Nas últimas 24 horas, morreram 19 pessoas com mais de 80 anos, segundo os dados da DGS. O total de óbitos nesta faixa etária é de 628 (272 homens e 356 mulheres).
De acordo com o boletim epidemiológico, 50% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 36% febre, 26% dores musculares, 23% cefaleia, 19% fraqueza generalizada e 15% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 84% dos casos confirmados.
A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 50 aos 59 anos (4069), seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (4036) e das pessoas com mais de 80 anos (3748 casos).
De domingo para segunda-feira, há registo de mais 28 pessoas recuperadas da doença, num total de 1357. De acordo com a DGS, o critério para que um doente em casa seja considerado recuperado passa por ter apenas um teste negativo. Até este fim de semana eram precisos dois, com um intervalo de 24 horas. Graça Freitas explica que a mudança da norma nada tem a ver com a disponibilidade de testes no país.
"Relativamente aos doentes que ficam em domicílio, com sintomatologia muito ligeira, a decisão de fazer apenas um teste foi feita com base nos últimos artigos científicos que têm sido publicados", assegurou a diretora-geral da Saúde, na conferência diária.
No combate à pandemia, o secretário de Estado da Saúde indicou que o país continua a reforçar a capacidade de equipamento de proteção individual. António Sales indicou que esta semana vão chegar quase 8 milhões de máscaras, vindas do mercado externo, e 4 milhões de respiradores. O governante referiu ainda que estão previstas entregas de material de proteção individual provenientes do mercado nacional.
Os dados mais recentes apontam para 3 milhões de infetados em todo o mundo e mais de 207 mil mortes, sendo que os EUA são o país com mais casos, com 987 322 registados e mais de 55 mil mortes.
Logo a seguir surge Espanha, que registou, nas últimas 24 horas, 331 mortes devido ao novo coronavírus, uma subida em relação às 288 de domingo, havendo até agora um total de 23.521 óbitos, segundo as autoridades sanitárias do país.
Os números diários indicam ainda que, nas últimas 24 horas, há 2.144 pessoas curadas depois de terem contraído a doença, sendo o total de 100.875 recuperados desde o início da pandemia.
Apesar de hoje ter aumentado o número diário de mortes, a tendência geral dos últimos dias é para uma diminuição dos óbitos, assim como dos novos casos positivos.
Depois de seis semanas de confinamento, o governo espanhol começou a preparar o fim escalonado dessas medidas e a desenhar a retoma à normalidade possível.
As crianças até aos catorze anos de idade foram autorizadas, desde domingo, a sair à rua durante uma hora por dia, das 09:00 às 21:00, acompanhadas por um adulto, até a um quilómetro das suas casas, podendo levar brinquedos consigo, embora tenham de se manter afastadas de outros menores.
Por outro lado, o executivo espanhol deverá revelar na terça-feira um plano de "transição para uma nova normalidade" com medidas que devem incluir a possibilidade de os adultos saírem de casa para fazer desporto individualmente ou fazer caminhadas com uma pessoa que viva sob o mesmo teto, a partir de 02 de maio próximo.
Itália é o terceiro país com mais casos confirmados de covid-19, com mais de 197 mil notificações. Já morreram no país 26 mil pessoas no país devido à pandemia.
Também Itália, o país que está há mais tempo em confinamento, já apresentou um plano de "reabertura".
"Não podemos continuar neste lockdown", afirmou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, no domingo, apontando o risco de causar enormes danos - e "irreversíveis" - ao tecido sócio-económico do país. O líder do Governo italiano avisou, no entanto, que a retoma tem que ser feita com muita cautela, cumprindo o distanciamento social e usando máscara nos locais públicos. Anunciou também que vai limitar a 50 cêntimos o preço das máscaras.
A partir de 4 de maio os restaurantes podem reabrir, mas apenas para vender comida para fora. Mas a generalidade das lojas, tal como os museus e os equipamentos culturais em geral, só poderão reabrir três semanas mais tarde. A partir de 1 de junho reabrem as barbearias, cabeleireiros e salões de beleza, e os restaurantes e bares já podem abrir portas aos clientes.
Já as escolas só voltam a reabrir em setembro. Conte diz que este será um momento perigoso, dado que grande parte dos professores estão no grupo etário de maior risco, e que os especialistas apontam para um grande número de contagens se o ano letivo recomeçar nesta fase.
O primeiro-ministro italiano também prometeu aos seus concidadãos que em breve - já na primeira fase de levantamento de restrições, a partir de 4 de maio - poderão sair para passear e fazer exercício, com a reabertura de parques e jardins. "As festas privadas continuarão proibidas", sublinhou o líder do executivo italiano, mas será possível visitar a família, respeitando as regras de segurança.
Já o regresso do futebol aos estádios ainda não tem data marcada, mas o regresso dos atletas de competição aos treinos pode ocorrer já a 4 de maio, nos desportos individuais, ou a 18 do mesmo mês, nas modalidades desportivas coletivas.
Em Portugal, o estado de emergência termina às 24.00 horas do próximo sábado e na quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, anuncia ao país o calendário do desconfinamento, que será posto em prática em maio e junho.
"A primeira fase foi muito difícil, deixarmos de conviver, vamos passar para uma fase que poderá ainda ser mais difícil, que é saber como vamos viver o dia-a-dia a conviver com o vírus.Não podíamos estar um ano e meio parados", sublinhou, esta segunda-feira, António Costa.
"Vamos adotar medidas de confinamento de 15 em 15 dias, vamos avaliar o impacto e veremos se estamos em condições de dar o passo seguinte. Espero que o caminho seja para a frente e não para trás", acrescentou o primeiro-ministro à margem de uma visita à indústria em Paços de Ferreira.
Costa admitiu, no entanto, que "se as coisas começarem a correr mal teremos de dar um passo atrás".
Com o regresso das aulas presenciais do 11.º e 12. º anos já definido para dia 18, Graça Freitas, disse hoje, na conferência de imprensa diária, que as entidades competentes estão a analisar as regras a adoptar para alunos, docentes e não docentes nesta nova fase de desconfinamento.
"Há um conjunto de regras que vão ser aplicadas às escolas e às turmas e depois vão ser estudadas situações específicas", disse a diretora-geral da Saúde.
Uma das medidas específicas para este regresso é a questão dos docentes e não docentes que possam ser mais vulneráveis, não só por causa da idade, mas devido a outras doenças. "São medidas a ser trabalhadas, seguindo regras básicas, mas depois especificando para o ambiente escolar", acrescentou Graça Freitas.
Apesar de Portugal estar a preparar-se para aliviar algumas das medidas restritivas, decorrentes da pandemia de covid-19, a ministra da Saúde, Marta Temido, sublinhou, na conferência de imprensa de domingo, que os portugueses devem continuar manter todos os cuidados para evitar a progressão da pandemia.
E aproveitou para vincar quatro mensagens essenciais:
- a covid-19 não está ultrapassada, em Portugal;
- as medidas de saúde pública são para manter - "o distanciamento social é necessário, a higienização, a etiqueta respiratória e o uso de máscara social quando nos encontramos em espaços fechados e com um número significativo de pessoas";
- as medidas de combate à pandemia estão em constante atualização;
- e "não haverá um regresso à normalidade tal como a conhecíamos e temos de aprender a viver com a doença até que uma vacina ou um tratamento sejam identificados".
Amanhã realiza-se mais uma reunião, no Infarmed, entre os principais responsáveis políticos e os especialistas em epidemiologia da Direção-Geral de Saúde e do Instituto Ricardo Jorge. Será após este encontro que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa tomarão a decisão final quanto ao prolongamento do estado de emergência - ambos já deixaram expressa a vontade de que não seja decretado novo período de exceção.
Mas isso não significa que não continue em vigor a possibilidade de decretar medidas de restrição excecionais, como aliás já decorre do facto de o Governo se preparar para estender ao próximo fim de semana as limitações à circulação que estiveram em vigor durante a Páscoa, impedindo a circulação entre concelhos.
António Costa anunciou que a medida estará em vigor a 1, 2 e 3 de maio, sendo que neste último dia a medida já não terá a cobertura do estado de emergência. Na sexta-feira, quando anunciou esta restrição, o primeiro-ministro deixou claro que isso não será um impedimento: "Independentemente do estado de emergência, há um conjunto de outros instrumentos legais, seja a legislação de saúde pública, seja a Lei de Bases de Proteção Civil, que permite manter normas de confinamento, de restrição à circulação ou de condicionamento no funcionamento de determinados estabelecimentos",
"Ninguém pode ter a ideia de que o fim do estado de emergência significa o fim das regras de confinamento. Não. Muitas delas, aliás, já existiam até antes de ter sido decretado o estado de emergência", avisou o líder do Executivo.
Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.
Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.