Mais 214 infetados e cinco mortes por covid-19. Quase 60% dos novos casos em Lisboa e Vale do Tejo
Em Portugal, nas últimas 24 horas, foram reportados 214 novos casos de infeção, e mais cinco mortes devido à covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado nesta terça-feira (18 de julho).
Desde o início da pandemia, foram registados em Portugal 54.448 casos de covid-19 e 1784 mortes.
O boletim da DGS indica que há mais 136 pessoas que recuperaram da doença, para um total de 39 936.
Há 12 728 casos ativos (mais 73 do que na segunda-feira).
As cinco vítimas mortais registados nas últimas 24 horas ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo e são todas mulheres. Desde o início da pandemia, ficaram infetados 24 432 homens e 30 016 mulheres. Os óbitos correspondem a 896 homens e a 888 mulheres,
Dos novos diagnósticos de covid-19, 128 foram registados em Lisboa e Vale do Tejo, o que representa 59,8% do total nacional de novas infeções.
A região Norte do país reportou mais 58 casos de infeção pelo novo coronavírus, o Centro mais 12 e o Algarve mais três. A Madeira tem mais quatro confirmados e os Açores soma mais um.
Com dois surtos que preocupam as autoridades de saúde, em Mora e Montemor-o-Novo, o Alentejo regista mais oito casos positivos, indica a DGS.
De referir que o número de pessoas infetadas com covid-19 na vila alentejana de Mora subiu nesta terça-feira para 46, mais quatro do que na segunda-feira, disse o presidente do município.
Segundo Luís Simão, que citou dados das autoridades locais de saúde pública, cinco das pessoas infetadas, todos homens, estão internadas no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), três delas em cuidados intensivos.
"A testagem vai continuar", disse o autarca à Lusa, indicando que hoje estão a ser feitos testes a todos os trabalhadores da câmara e da junta de freguesia, num total de 160 pessoas.
O boletim da DGS refere ainda que o número de pessoas hospitalizadas mantém-se nas 336, das quais 38 estão em unidades de cuidados intensivos, menos uma em relação ao dia anterior.
Mesta terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, manifestou "toda a confiança" na ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Após a entrevista ao Expresso, Ana Mendes Godinho foi acusada de desvalorizar a situação de covid-19 nos lares.
Costa defende a ministra e diz que "não houve desvalorização" e recusa-se a alimentar "polémicas artificiais". "Não houve das palavras da ministra a tentativa de desvalorizar a situação."
Ana Mendes Godinho disse ao semanário que a dimensão dos surtos de covid-19 nos lares de idosos "não é demasiado grande em termos de proporção", o que suscitou várias críticas.
Costa coloca-se ao lado da ministra. "O número de lares em que tivemos problemas representa uma percentagem diminuta, isto não é desvalorizar", considerou.
Também defendeu a ministra quando questionado sobre o relatório da Ordem dos Médicos que aponta várias falhas na gestão do surto que foi detetado num lar em Reguengos de Monsaraz - documento que Ana Mendes Godinho disse ao semanário que não tinha lido, mas nesta terça-feira afirmou que já tinha consultado todos os relatórios que lhe foram enviados. "A senhora ministra do Trabalho instaurou um inquérito ao lar de Reguengos de Monsaraz e no dia 16 de julho já estava a remeter o inquérito para o Ministério Público."
Isso mesmo disse a ministra. Ana Mendes Godinho revelou que a Segurança Social enviou ao Ministério Público um relatório sobre o lar de Reguengos de Monsaraz a 16 de julho, um mês depois do surto de covid-19 que provocou 18 mortos. A governante reiterou que a situação dos lares tem sido a "prioridade" total do governo desde o início.
Também hoje ficou a saber-se a preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS) relativa ao facto de a pandemia estar a ser impulsionada por pessoas das faixas etárias dos 20, 30 e 40 anos, sendo a maioria assintomática. Muitas não sabem que estão infetadas colocando em risco de contágio os mais vulneráveis da população, alerta a agência da saúde das Nações Unidas.
"A epidemia está a mudar", avisou Takeshi Kasai, diretor da região do Pacífico Ocidental da OMS. "As pessoas nos 20, 30 e 40 anos estão cada vez mais a impulsionar a transmissão. Muitos não sabem que estão infetados. Isto aumenta o risco de contágio aos mais vulneráveis", sublinhou, citado pela Reuters. Os idosos e os doentes em zonas densamente povoadas e com fracos sistemas de saúde estão entre os mais expostos à pandemia.
O alerta da OMS surge numa altura em que se regista um aumento de novas infeções em vários países que tinham a situação epidemiológica estabilizada.
Perante os novos surtos, têm sido aplicadas mais restrições para travar o contágio do novo coronavírus, como é o caso de Espanha, onde as autoridades determinaram o fecho de bares e discotecas e a proibição de fumar nas ruas em todo o país, se a distância de dois metros não puder ser respeitada.
Enquanto vários países enfrentam o surgimento de novos surtos, as empresas farmacêuticas continuar a desenvolver esforços para encontrar uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus.
Nesta terça-feira, o ministro da Saúde da Grécia manifestou a esperança de receber em dezembro as primeiras doses da vacina contra a covid-19, na sequência de um acordo entre a União Europeia e a indústria farmacêutica.
"Se tudo correr bem, a Grécia receberá em dezembro o primeiro de sete lotes", que continuarão a chegar entre janeiro e junho se a potencial vacina AZD1222 passar para a quarta fase do ensaio clínico, explicou Vassilis Kikilias, em entrevista à televisão privada Skai.
Kikilias adiantou que a conclusão da última fase está prevista para novembro.
"Começaremos com 700 mil doses em dezembro, que será uma dose única ou dupla, e teremos cerca de três milhões de doses no total", acrescentou.
De referir que a Comissão Europeia anunciou na sexta-feira ter chegado a acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca para adquirir uma potencial vacina contra a covid-19.
A Comissão afirmou que, "assim que a vacina se revelar segura e eficaz", comprará 300 milhões de doses, tendo ainda "opção de compra de mais 100 milhões para os Estados membros".
A Grécia tem uma taxa relativamente baixa de infeção e morte por covid-19 em comparação com outros países da UE, mas a disseminação do coronavírus disparou nas últimas semanas.
O país registou mais de 7200 casos no total, incluindo cerca de 2800 só em agosto, tendo já morrido 230 pessoas.
As autoridades atribuem o aumento de casos ao não cumprimento das regras de distanciamento em restaurantes, bares e reuniões públicas, por isso, a proteção civil ordenou o encerramento noturno destes locais de diversão em mais de 12 regiões, incluindo alguns dos principais pontos turísticos do país.
O primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, avisou ainda que "medidas mais radicais e com repercussões económicas" serão aplicadas se a propagação do vírus continuar.
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a mais de 774 mil pessoas e infetou mais de 21,9 milhões em todo o mundo, desde dezembro, segundo um balanço da AFP, baseado em dados oficiais.
De acordo com os dados recolhidos pela agência francesa de notícias, até às 11.00 desta terça-feira, já morreram pelo menos 774 832 pessoas e há mais de 21 936 820 casos infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan.
Com Lusa